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Sem acessibilidade,cadeirante faz ato de protesto em avião da Gol

Publicado em 02/12/2014, às 20h41   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



Quinze degraus. Este foi o número de lances da escada de um avião da empresa aérea Gol, onde a executiva, Katya Hemelrijk da Silva, 38 anos, precisou se arrastar para embarca, no aeroporto do Paraná. O caso aconteceu na madrugada desta segunda-feira (1º) quando a cadeirante e o marido retornavam para São Paulo, após passarem um final de semana em Foz do Iguaçu. 
Katya é vítima de uma doença genética rara conhecida como "síndrome dos ossos de cristal", a osteogenese imperfeita, que deixa os ossos muito frágeis. Para embarcar, a empresária necessitava de um equipamento especial para entrar no avião com segurança, o que não estava disponível.
Nas ocasiões em que os aeroportos não possuem pontes de embarque - que são plataformas elevadas que chegam até a porta do avião–, o acesso de pessoas com deficiência deve ser realizado em cadeiras especiais que escalam os degraus ou mesmo em ambulifit (veículo equipado com elevador).
No ato do desembarque, a executiva se recusou a ser carregada, afirmando ter tido medo de se machucar. "Ofereceram para me carregar no colo, o que não aceitei. É uma humilhação e há risco de me machucar com gravidade, de quebrar uma perna por me pegarem de forma errada. Como não havia condições dignas para que eu embarcasse, subi por conta própria. Fui me arrastando, de bumbum", relatou. 
Ainda em declarações a empresária afirmou ter tido a opção de esperar por cerca de quatro horas até que um equipamento de auxílio estivesse pronto para o uso, porém a mesma não aceitou. Após o embarque de todos os passageiros, Katya vestiu uma calça com tecido leve e subiu as escadas.
De acordo com a publicação da Folha de São Paulo, a Gol informou que o seu equipamento de embarque não estava disponível e que tentou, sem sucesso, consegui-lo com outras empresas. A companhia aérea disse ainda  que ofereceu "alternativas" à cliente, que optou por subir as escadas sozinha. "A Gol lamenta o ocorrido e tomará as medidas necessárias para evitar que casos como este voltem a acontecer."
A Infraero, que administra o aeroporto de Foz do Iguaçu, informou que "procedimentos de embarque e desembarque são responsabilidade das empresas aéreas". A partir do ano que vem, segundo a empresa, haverá melhorias nesses procedimentos, com a aquisição de 15 ambulifits. O aeroporto paranaense será beneficiado.

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