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Spread bancário resiste a cair, apesar da queda dos juros básicos

Publicado em 08/01/2017, às 15h51   Agência Brasil



A queda nos juros básicos da economia está demorando a chegar aos tomadores finais de empréstimos e financiamentos. Embora o Banco Central (BC) tenha reduzido a taxa Selic duas vezes desde outubro, os juros cobrados pelos bancos não caem na mesma velocidade. A explicação está no spread bancário, que acumulou alta em outubro e em novembro, mesmo com a Selic em queda.
O spread bancário é a diferença entre as taxas que as instituições financeiras pagam para captar recursos e as que cobram do cliente final. O indicador, divulgado todos os meses pelo BC, caiu 0,4 ponto percentual em novembro. No entanto, com o crescimento de 1 ponto percentual registrado em outubro, o spread acumula alta de 0,6 ponto percentual no último trimestre de 2016. A conta abrange apenas as operações de crédito livre, feitas com recursos próprios dos bancos, excluindo o crédito direcionado, concedido com subsídios do governo.
A diferença pode ser observada quando se compara a evolução das taxas usadas na captação e os juros cobrados na concessão de crédito. A taxa média de captação estava em 12,1% ao ano em novembro, segundo os dados mais recentes do BC. Essa é a taxa que os bancos pagam para pegar dinheiro emprestado dos correntistas por meio de aplicações como poupança, CDB e fundos de investimento.
Mesmo com a taxa Selic sendo reduzida em 0,5 ponto percentual – de 14,25% para 13,75% ao ano – desde outubro, a taxa média de captação acumula queda de apenas 0,1 ponto percentual em outubro e em novembro, de 12,2% para 12,1% ao ano.
Os juros médios pagos pelos tomadores de empréstimos e financiamento, no entanto, não tiveram a mesma trajetória e subiram, mesmo com a queda da Selic. A taxa média de aplicação, como o BC chama os juros dos clientes finais, acumula alta de 0,5 ponto percentual em outubro e em novembro, passando de 53,4% para 53,9% ao ano no período. O spread – diferença entre as duas taxas – subiu de 41,2% para 41,8% ao ano (0,6 ponto percentual) na mesma comparação.

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