Crianças com autismo participam do 1º Amafolia

Um grito de carnaval com o tom da alegria de ser inserido socialmente e ser acolhido por todos. A primeira edição do Amafolia, festa pré-carnavalesca da Associação de Amigos do Autista da Bahia (Bahia-AMA), que aconteceu nesta quarta-feira (15) na sede a instituição no bairro de Patamares, reuniu crianças autistas, pais e responsáveis, além de padrinhos, cooperadores da Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP). A festa animada por Tio Paulinho e a cantora Gilmelândia, contou com brincadeiras, guloseimas e muita música e dança. A Bahia-AMA atende 201 crianças autistas de Salvador e outros municípios, como: Candeias, Dias D’Ávila e Valença.

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A reportagem do Bocão News entrevistou a presidente da Bahia-AMA, Rita Brasil que falou da importância do evento para as crianças. “Esse evento serve para mostrar a sociedade que os autistas podem participar do meio social, eles só precisam de oportunidade”, afirma Rita Brasil, que ainda falou da dificuldade de inserção social das crianças: “A família autistas ainda tem poucas condições de socializações. Muitas vezes as escolas fecham as portas para o processo de inclusão”.

A presidente da Bahia-AMA ainda informou que no estado baiano existem 70 mil crianças com autismo. Além da AMA, outras instituições atendem esse público. Porém a assistência é muito insuficiente. “Os autistas ainda precisam muito de iniciativas dos poderes públicos e de toda sociedade. Qualquer pessoa pode apadrinhar uma criança e ajudar no processo de desenvolvimento, com a doação de materiais de limpeza, escolar, entre outros. Nosso maior padrinho é o apresentador do Balanço Geral José Eduardo, que consideramos um grande inclusor social destas crianças”, comenta.

Tio Paulinho comentou o diferencial do evento. Para ele, além da comemoração e alegria, a inclusão e socialização são o que diferencia Amafolia. “É importante fazer uma festa como essa. Quem agradece pelo convite somos nós”, disse o animador infantil que ainda revelou com exclusividade ao Bocão News o tema do seu blobo “Happy”, neste carnaval: “O bloco sai dia 22 e este ano trás o tema ‘Doe Alegria’ que leva para as crianças a ideia dos bons valores, como ajudar o próximo, para que em meio um momento tão crítico, violento que vivemos possamos construir uma sociedade melhor para todos”.

Emocionada, a cantora Gilmelândia declarou que se sentiu em casa. “Eu tenho um sobrinho autista, que ajudei a cuidar durante um período da vida dele. Hoje ele está com 34 anos. Quando recebi o convite fiquei feliz demais. Me senti em casa. Estou em família. Acho que tem que acontecer mais eventos inclusivos como esse, com música, com contato com natureza. Esse convite para mim foi um presente. Convido outros artistas e todos para que façam um pouco”, comenta.

A mãe de um dos foliões do Amafolia, Uzenilda de Jesus Santos, 45 anos, que mora na Chapada do Rio Vermelho, comentou o reflexo do evento para ela e o filho. “Para mim a significa muito tanto a festa, quanto todo trabalho que eles fazem aqui. Diante de tantas dificuldades que passei, eu agradeço por ter encontrado a AMA, pois meu filho progrediu muito. Esse momento aqui é especial que ele interage com a sociedade. Uma das melhores formas de cuidar do autista é o acolhimento e mostrar a ele todo ambiente saudável. Isso que faz o progresso acontecer”, avalia.

O autismo: Transtorno de desenvolvimento grave que prejudica a capacidade de se comunicar e interagir. Geralmente aparece nos três primeiros anos de vida.