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Freixo não acredita em envolvimento de Bolsonaro no caso Marielle, mas critica defesa de milícias

Luis Macedo/ Câmara dos Deputados
"O Bolsonaro defendeu a legalização da milícia em 2008", relembrou o parlamentar  |   Bnews - Divulgação Luis Macedo/ Câmara dos Deputados

Publicado em 13/03/2019, às 09h57   Redação BNews


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O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) afirmou nesta quarta-feira (13) não acreditar que o presidente Jair Bolsonaro tenha envolvimento na morte da vereadora Marielle Franco. Preso na terça (12) por suspeita de ter disparado os tiros que assassinaram Marielle e seu motorista Anderson Gomes, o PM reformado Ronnie Lessa mora no mesmo condomínio de luxo de Bolsonaro, na Barra da Tijuca, no Rio.

“Eu não faço política barata com essas coisas. A vida da Marielle é muito importante pra ser usada de forma barata e irresponsável. O cara era vizinho do Bolsonaro, o filho do Bolsonaro namorou a filha do cara, isso não é indício de que ele tenha relação com o crime”, afirmou Freixo.

No entanto, o parlamentar, que foi padrinho de Marielle na vida política, não deixou de relembrar que o próprio presidente já defendeu a atuação de milícias, enquanto o filho dele, o hoje senador Flávio Bolsonaro, já homenageou PMs acusado de integrar grupos de extermínio. A Polícia Civil investiga a possibilidade de milicianos terem sido os mandantes do assassinato da vereadora. 

“O problema não é só de segurança  pública, é de estado. O Bolsonaro defendeu a legalização da milícia em 2008. O Flávio Bolsonaro, quando era deputado, homenageou o líder do Escritório do Crime, dentro da cadeia. Como assim? Hoje ele é senador. Isso é muito grave. Pode não ter relação com o crime da Marielle, mas tem relação com a sustentação de um grupo violento que matou um monte de gente, inclusive a Marielle”, alertou Freixo, em entrevista à rádio Metrópole.

Ainda de acordo com ele, que presidiu a CPI das Milícias do Rio quando era deputado estadual, a estrutura econômica desses grupos não foi atacada, o que permite a continuidade da atuação dos milicianos. Encerrada em novembro de 2008, a CPI terminou com 226 indiciados.

“Quando eu fiz a CPI das Milícias, em 2008, nós conseguimos prender mais de 200 milicianos. Eles tinham que ir na estrutura da milícia, da estrutura econômica da milícia. Por que eles não foram? Porque a milícia elege gente. A milícia é máfia, interessa muita gente financeiramente”, criticou. 

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