A Bayerische Motoren Werke AG, mais conhecida como BMW, confirmou nesta sexta-feira que irá instalar uma fábrica no Brasil com o objetivo de impulsionar sua produção e aumentar suas vendas nos mercados emergentes - sobretudo na América Latina. A fabricante automotiva alemã, que também é a maior do mundo no segmento de veículos de luxo, ainda estuda o local de instalação da fábrica, segundo a reportagem da Bloomberg.
As informações foram dadas na manhã desta sexta-feira pelo presidente da companhia, Norbert Reithofer, em entrevista coletiva em Munique. Segundo Reithofer, a nova planta contribuirá para um aumento de 25% nas vendas globais da empresa até 2020. A montadora produz não só os automóveis BMW, mas também as marcas Mini e Rolls-Royce.
Desde o início deste ano, a BMW vem planejando sua vinda ao país. A montadora alemã tem a intenção não só de impulsionar as vendas, mas também de equilibrar seu crescimento em diversos mercados. Atualmente, as vendas da companhia estão muito dependentes do mercado chinês e poderão ser afetadas ao longo dos próximos dois anos devido a um aumento de imposto sobre automóveis importados recentemente anunciado pela China. No Brasil, a montadora também foi afetada pelo aumento de 30 pontos percentuais no Imposto sobre Pordutos Industrializados (IPI) para carros fabricados fora do Brasil.
Em outubro, o jornal alemão Handelsblatt afirmou que a empresa havia escolhido o estado de São Paulo para abrigar sua nova fábrica. A razão, segundo fontes ouvidas pelo veículo, era a presença de inúmeros fornecedores nas proximidades da capital paulista. Na época, no entanto, a assessoria de imprensa da BMW negou a informação. O Brasil ainda é um mercado pequeno para a empresa. Em 2011, as vendas da BMW no país deverão somar 10 mil unidades, enquanto suas vendas globais chegarão a 1,6 milhão de veículos.
O entrave do IPI - Dois meses antes do anúncio oficial da nova planta, o presidente da BMW do Brasil, Henning Dornbusch, solicitou ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (Mdic), Fernando Pimentel, uma reavaliação do aumento IPI. Dornbusch chegou a afirmar que as medidas adotadas pelo governo poderiam atrapalhar a escolha do Brasil como local da nova fábrica, que disputava o projeto com a China, a Índia e a Rússia. "O aumento do IPI vai prejudicar o atual volume de vendas, pois os preços dos carros vão subir, e pode afetar investimentos em expansão de rede e contratações", disse o executivo, na época.
