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Professores grevistas ganham reforço na Assembleia

Imagem Professores grevistas ganham reforço na Assembleia
Além dos aposentados e médicos, a categoria ganhou apoio do MST, classes estudantis e militares  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 24/04/2012, às 12h58   Redação Bocão News


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Esta terça-feira (24) promete ser o dia mais tenso e movimentado na Assembleia Legislativa da Bahia (AL-BA), palco escolhido por professores estaduais grevistas para acampar e pressionar os deputados para a não aprovação do projeto de lei 19.776/2012 que transforma a remuneração de professores com titulação em ensino médio, licenciatura curta ou não licenciados em subsídio. O projeto deve ser votado hoje.

Para o Coordenador Geral do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB), Rui Oliveira, “o projeto é ruim porque retira conquistas históricas da categoria, nivela por baixo e não por cima. Ela tira todas as vantagens que o professor tinha”. Rui teme que, se o projeto for aprovado, a nova remuneração exclua outras verbas remuneratórias ou reajustes que venham a ser concedidos pelo Piso Nacional do Magistério aos professores licenciados.

Segundo Elza Melo, diretora da APLB Sindicato, cerca de 2 mil pessoas ocupam a Assembleia e não existe previsão de saída. “Vamos ficar aqui até que o governo sinalize que vai cumprir com o acordo, algo que não aconteceu até o momento. Além dos professores, também há membros de outros movimentos e chegou muita gente do interior. Estamos fazendo uma força-tarefa”, afirma a diretora.



Além dos aposentados e médicos, que já se manifestaram favorável à greve dos docentes, a categoria ganhou apoio do Movimento dos Sem Terra (MST), classes estudantis e da associação dos policiais militares, que com carro de som, faixas e palavras de protesto chamaram a atenção dos parlamentares que circulam pelos corredores e gabinetes da Assembleia.



Segundo o vice-líder da oposição e vice-presidente da Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, deputado Bruno Reis (PRP), a oposição vai lutar até o fim para que o governador Jaques Wagner cumpra o acordo e decida reajustar o salário de todos os professores em 22,22%, que é o piso nacional da categoria. "Nós vamos continuar a luta do lado dos professores. Essa greve é justa. E o responsável por ela, repito, é o governador. Eles vão querer usar o rolo compressor para votar o projeto que só concede um reajuste de menos de 5%. Cabe a nós, como não temos número para derrotar o governo, pressionar e obstruir", afirmou o parlamentar.



Para o líder da Bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Assembleia Legislativa, Yulo Oiticica (PT), o projeto assegura que a Bahia continue cumprindo o Piso Nacional da Educação para cerca de 5 mil professores de ensino médio. “O projeto é importante para a categoria e garante, ainda, a esses professores um perspectiva de futuro. O importante é firmamos uma mesa de diálogo com a categoria”, disse o deputado.

Por meio de nota oficial o governo afirma que para os professores licenciados (32 mil), vale lembrar que o governo já paga acima do piso nacional desde quando foi instituído, em 2009. “Independentemente da Lei do Piso, o Governo do Estado da Bahia vem praticando uma política de valorização da carreira do magistério público. Nos últimos três anos, a categoria teve um ganho de 30% acima da inflação. Com o reajuste de 6,5% concedido a todo o funcionalismo em março de 2012, e retroativo a janeiro deste ano, o Estado também figura entre os que oferecem melhores salários aos professores. A remuneração média de um professor com licenciatura, de 40 horas, é de R$ 3.460,00”.

A categoria segue paralisada desde o último dia 11. O projeto de lei foi apresentado no dia 12 de abril pelo Executivo estadual, um dia após o início da greve. Cerca de 1 milhão de alunos da rede estão sem aulas por conta da paralisação.

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Foto: Roberto Viana // Bocão News

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