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População de rua agoniza em Salvador

Imagem População de rua agoniza em Salvador
Após homem incendiado, outro aparece morto na Barroquinha  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 10/07/2012, às 19h32   Redação Bocão News




O assassinato do morador de rua Daniel Pinto dos Santos, que teve o corpo incendiado no último sábado (07) por quatro homens no bairro de Nazaré, chocou os soteropolitanos pela crueldade e expôs um dado que todos sabem, mas fecham os olhos para a realidade: a situação de total abandono da população de rua de Salvador.

Na manhã desta terça-feira (10) o corpo de mais um indigente apareceu morto na capital baiana. Dessa vez a vítima não foi assassinada. Segundo médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), o homem sofreu de mal súbito durante a madrugada e, sem ter tempo de receber atendimento, morreu em um dos bancos da Estação da Barroquinha, no Centro Histórico.



“Isso é um absurdo. Uma crueldade com os seres humanos dessa cidade. Esses dois casos foram apenas alguns dos muitos que vocês não tomam conhecimento. Estamos morrendo, sendo molestados e todos fingem que esta tudo bem. Ninguém tem coragem de enfrentar essa epidemia”, desabafa Luiz Gonzaga Alves de Jesus, coordenador do Movimento pela População de Rua de Salvador.



Segundo Gonzaga, que morou por mais de 35 anos nos viadutos da capital baiana, existe uma guerra declarada nas ruas de Salvador. “Todas as noites são de verdadeiro pânico. Eles não dormem à noite porque tem medo de morrer, virar estatística. Por isso que de dia você encontra vários jogados por aí. Porque na madrugada ninguém dorme”, afirma.



Embora os dados que se tem atualmente possam ser questionados, estima-se que haja, em Salvador, mais de cinco mil pessoas entre crianças, jovens e adultos vivendo em situação de rua. No âmbito municipal a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), é o órgão responsável por esse público.

Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News

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