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Luiza Maia avalia os 100 dias de greve

Imagem Luiza Maia avalia os 100 dias de greve
Para deputada petista greve deixou de ser da categoria para se tornar “uma queda de braço política”  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/07/2012, às 06h41   Alessandro Isabel (Twitter: @alesandroisabel)


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Em greve há exatos 100 dias, o impasse entre governo e professores estaduais deve permanecer por muito tempo. A avaliação é da deputada estadual Luiza Maia (PT). Mesmo fazendo parte da base governista a parlamentar não esconde a decepção de não ter tido a oportunidade de poder intermediar uma possível negociação entre a categoria e o Estado. “Quando no início do impasse tentei passar minha opinião para o líder Zé Neto (PT) ele preferiu não me escutar. Então preferi me recolher na minha insignificância”, lamenta.

Segundo a petista todo o imbróglio envolvendo docentes – acampados desde o dia 18 de abril na Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) – e o governo rompeu as barreiras da paciência. “Na verdade já passou de todos os limites. Tô muito triste e preocupada com toda essa situação, principalmente porque não estamos falando apenas de uma greve, estamos falando de mais de 1 milhão de alunos que estão sem estudar e podem perder o ano letivo”, conta Maia.

Para Luiza Maia a greve deixou de ser da categoria para se tornar “uma queda de braço política”. “Acredito que a ação só deva terminar após as eleições de outubro. O problema é que dentre as lideranças do sindicato tem pessoas da base do governo, do DEM, do PSTU e também do PSOL. Cada um defende uma posição e não chegam a um acordo”, afirma.

Quando questionada sobre as perdas que o governo pode estar sofrendo com a posição que esta adotando, a deputada acredita que “está sendo um desgaste grande”. Ela pensa que a solução para o impasse está na união entre as partes. “Todo mundo faz marcha para Brasília. Agora vamos marchar pela educação, governo e professores devem rumar para a capital do país e mostrar que a situação está insustentável. Acredito que possa dar certo”, salienta.

Greve – Na última assembleia realizada na manhã de ontem (18), os professores aprovaram uma contraproposta elaborada pelos grevistas e entregaram o documento ao Ministério Público (MP), que por meio de nota oficial informou que “após pronta análise da assessoria, constatou que o texto, não difere da proposição anteriormente apresentada pela entidade sindical, em nada concorrendo para a aproximação entre as propostas ou alteração do quadro”. No dia 16 de junho o MP e o Tribunal de Justiça da Bahia (TJBA) desistiram de mediar negociação entre as partes.

Os professores que permanecem acampados há 93 dias no saguão da AL-BA deve desocupar o espaço na sexta-feira (20). O pedido foi feito presidente da Casa, deputado Marcelo Nilo (PDT), que fez o pedido de reintegração de posse na 6ª Vara da Fazenda do Tribunal de Justiça.
Uma nova assembleia para discutir os rumos do movimento e desocupação da Assembleia está marcada para amanhã.

Aulas normalizadas - Apesar de todos os rumores e movimentação grevista, a Secretaria da Educação do Estado da Bahia (SEC), afirma que cerca de 80% das escolas públicas estaduais voltaram a funcionar. “Das 1.411 escolas que integram a rede estadual em todo o estado, 1.126 unidades escolares já estão funcionando”.

Ainda segundo a SEC, o movimento de retorno dos professores, que era visto apenas nos municípios do interior, também teve início em Salvador e região metropolitana. A maioria das escolas está cumprindo o calendário escolar aprovado pelos colegiados escolares.

Classificação Indicativa: Livre

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