Visitantes do Parque da Cidade, Pituaçu e São Bartolomeu apontam problemas |
Publicado em 23/09/2012, às 13h17 Fabíola Lima (@fabiolalimaa)
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Sujos, caminhos esburacados, sem sinalização, abandonados. Esta é a condição em que se encontram o Parque da Cidade, o São Bartolomeu e Pituaçu. Na manhã deste sábado (21), quando é celebrada a chegada da primavera, o Bocão News visitou estas áreas de lazer em Salvador. Fotos e relatos das pessoas que visitaram os locais retratam o descaso destes ambientes que abrigam diversas espécies de plantas e uma paisagem natural.
Parque de Pituaçu: localizado no bairro de Pituaçu, é a maior reserva ecológica da cidade de Salvador. Um dos principais pontos da cidade, com remanescentes de Mata Atlântica, é fonte de lazer e turismo para a cidade com sua fauna e flora diversificadas, além da beleza da Lagoa de Pituaçu. No local há uma agência que loca bicicletas e permite que o visitante conheça toda a exteção do parque.
“Aqui há uma riqueza natural, tem pés de dendê, caju, coqueiros, manga, Jamelão, vários tipos de flores da espécie Aróxia, mas é uma pena que não haja preocupação com este ambiente. Poucos sabem que neste parque tem um museu com obras de Mário Cravo, por não ter sinalização. Não há segurança, os bares e restaurantes estão quase todos fechados e em alguns pontos há objetos, semelhantes aos usados em esculturas, enferrujados e largados em um canto. Um risco”, disse o comunicólogo Luiz Ribeiro, que mora ao lado do parque.
A dona da agência que aluga bicicletas relatou que as ciclovias precisam de atenção. “tem muitos buracos, é desconfortável para nossos clientes e prejuízo para nossa empresa porque temos que sempre fazer manutenção das bicicletas”, comentou Erica Santos.
O engenheiro químico Rafael Moura estava no parque com a família, reforçou os relatos e acrescentou que falta segurança e apoio para primeiros socorros. “Minha cunhada seguia a trilha de ciclovia, caiu com o rosto no chão, teve várias fraturas e não havia ninguém que pudesse prestar socorro naquele momento. Além disso, é muito comum que aconteçam assaltos, já que não há policiamento”.
Parque São Bartolomeu: situado no Subúrbio Ferroviário, entre a Enseada dos Cabritos e o bairro de Pirajá. Ele já foi considerado única reserva de Mata Atlântica em área urbana do Brasil. Importante espaço de preservação ambiental, o parque guarda as simbologias da religião ancestral africana em suas árvores, águas e mata.
Toda esta riqueza está apenas na memória dos que tiveram a oportunidade de conhecer o local. A exemplo do comerciante Osmar Macedo que mora no bairro há mais de 25 anos. Com placas que indicam o início das obras, um trator, entulho e arenoso por todo canto, os únicos índices de natureza estavam no barulho da cachoeira e o verde no entorno do parque. “Já me banhei muito ali, levei meus filhos para brincar, fazíamos churrasco e ficávamos até o cair do dia com as crianças. Era um lugar muito bonito, mas há mais de 2 anos os tratores derrubaram tudo com a justificativa de reforma e até agora nada”, lamentou Osmar. Outros moradores do bairro ainda reclamaram do mau cheiro no local.
Parque da Cidade: um dos parques de área verde na capital baiana, está localizado na região entre os bairros do Itaigara, Santa Cruz, Pituba e Nordeste de Amaralina, criado em 1973. No local, duas vezes por mês acontece o projeto Música no Parque, além de abrigar a estátua do filosofo chinês Confúcio (551 - 479 A.C).
Na entrada do parque há uma feira sem produtos ou expositores que se destaca no centro da Praça de Alimentação. A Feira Bagatela iniciou neste sábado e, de acordo com os responsáveis pela organização, o boato de violência se espalhou e artistas não compareceram. “A população está assustada com a onda de violência em Salvador, como estamos ao lado do bairro Santa Cruz, onde houve o rumor de toque de recolher. Na dúvida, a maioria preferiu não se arriscar. Entretanto, poucos sabem que temos mais apoio da comunidade que dos órgãos responsáveis”, disse a jornalista Iana Landi.
Gestor ambiental, Eduardo Zanatta e a jornalista Iana Landi
O produtor cultural e gestor ambiental, Eduardo Zanatta, concordou com a companheira de trabalho e acrescentou pontos importantes quanto a preservação do ambiente. “Nós estivemos no Rio+20, encontro internacional que discutiu métodos de preservação e reutilização dos produtos desprezados, pontos importantes para promover equilíbrio ecológico, estamos aqui com este propósito. Infelizmente, esta é uma cultura não praticada e pouco apoiada. Os problemas de cunho natural que vemos ao nosso redor, são efeitos de um descaso ecológico. Os parques em Salvador estão abandonados”, ressaltou o Zanatta.
Na capital baiana, há lindos pontos turísticos e muitos points para happy hour, contudo, durante apuração desta matéria e relatos dos que buscam as áreas ecológicas que temos na cidade, para o lazer com a família ou amigos, podem não encontrar ou se decepcionar com o que acharem pela frente.
Fotos: Gilberto Jr. // Bocão News
Matéria publicada dia 21 de setembro às 16h18
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