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Pelourinho decadente: “Está sangrando na UTI”, lamenta Clarindo Silva

Imagem Pelourinho decadente: “Está sangrando na UTI”, lamenta Clarindo Silva
Comerciante instalado há mais de 60 anos no local diz que tem policiamento, mas que o problema é social  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/05/2013, às 08h07   Redação BNews


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“O crack é uma epidemia aqui, e o governo ainda não acordou para isso. Os meninos chegam ‘fortinhos’. A maioria não é morador daqui, é de bairros periféricos. E em quatro, cinco meses, ele está pele e osso”, esse é o problema social descrito pelo comerciante Clarindo Silva, instalado há mais de 60 anos no Terreiro de Jesus, dono da Cantina da Lua, bar tradicional do Pelourinho, em Salvador. 
Há algumas semanas, o Bocão News tem reproduzido relatos de moradores e trabalhadores que apontam o descaso com o Pelourinho e a indiferença política. A reportagem esteve no local e confirmou que ao menos nas principais vias do centro, o policiamento é constante. Mas ainda assim não é preciso ir muito longe para ver crianças e jovens escravizados pelo crack, trafegando nos becos, comercializando a droga, ou pedindo esmola e comida. 
“O Pelourinho é uma das áreas mais bem policiadas de Salvador, mas a questão das abordagens é constante. E se incomoda quem é morador, imagine quem é turista? Você não consegue andar 50 metros sem que alguém te aborde. Todo mundo sabe que existe o problema das drogas, mas isso não é só falta de policiamento, mas de saúde e assistência social. Um problema social gravíssimo e não de polícia. Aqui é o coração de Salvador e precisa ser oxigenado. O pelourinho está sangrando na UTI”, conta Clarindo. 

Ele faz questão ainda de ressaltar que tanto os menores usuários de crack como as famílias dele precisam de assistência: “não é só campanha. Essas crianças que usam drogas precisam de assistência, assim como as famílias delas”. O diagnóstico dele apenas evoca ao que Jorge Amado já dizia na década de 1930. "A polícia prende, manda para o juizado, para outras entidades. O problema não se resolve porque essas crianças precisam é de tratamento de saúde".

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