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“Parece conversa de pescador”, diz profissional de pesca sobre terminal inaugura

Imagem “Parece conversa de pescador”, diz profissional de pesca sobre terminal inaugura
O TPPS foi implantado ano passado, mas ainda aguarda licitação para liberação dos serviços  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 17/06/2013, às 19h12   Fabíola Lima (Twitter: @fabiolalimaa)




Com investimento de R$ 11 milhões foi inaugurado em novembro do ano passado o Terminal Pesqueiro Público de Salvador (TPPS), na Ribeira.  São mais de cinco meses de conclusão de uma obra gigantesca que tem o objetivo de profissionalizar o pescador, atender demandas de serviços e produção do setor pesqueiro artesanal da Região Metropolitana e Salvador, de pequenas ou grandes embarcações.  

Entretanto, falta uma licitação para escolha de uma empresa especializada no setor pesqueiro, governamental ou não, que possa gerir o lugar. E aí está o entrave. Cinco meses de inauguração da obra já se passaram e o edital com cláusulas e especificidades impostas pelo governo ainda não ficaram prontas . A demora retarda o andamento do processo de execução dos serviços nas dependências do TPPS.



Mas o diretor técnico da Bahia Pesca, Jorge Figueiredo, minimiza. “Um plano de gestão e negócios junto ao Sebrae é montado. O próprio pescador vai gerir o pescado. Desde o ano passado, é criado um plano de gestão. O estado está gerindo o terminal para que em seguida uma cooperativa possa assumir e gerir os trabalhos no terminal, e para isso eles devem estar aptos. O processo de transição é lento, mas este tempo é previsto no Plano Emergencial de Funcionamento, que são seis meses. A previsão para o lançamento do edital é até agosto deste ano. Até lá os profissionais são cadastrados e preparados para atuarem nas dependências do TPPS”, explicou.



Pescador há mais de 30 anos, Joel Antônio Golveia, comemora a chegada do terminal. “Antes não tínhamos um posto de trabalho, felizmente isso aconteceu. Esta obra vai valorizar o pescador, aqui temos a fábrica de gelo e óleo diesel, itens importantes para a pesca. É chegar e trabalhar. Em média uma embarcação de pequeno porte como a minha tem um custo de aproximadamente R$ 500, em cada viagem. Com este terminal cai o custo para 30% a menos. São muitas vantagens que vamos ter. Cabe a nós zelarmos por este lugar”, defendeu Joel Antônio, 73.




Mas há quem ache o TPPS, “conversa de pescador”. Profissional da área há mais de 10 anos, Nivaldo Dias, 57 anos, não sabe para que veio o terminal. “Eu trabalho aqui na orla da Ribeira há muitos anos. E não vejo para o que funciona este terminal, a não ser o embarque e desembarque, mas os tantos serviços que foram anunciados quando esse povo chegou aqui, não vi nada ainda. Parece conversa de pescador”, comentou desacreditado o pescador para a reportagem do Bocão News.

Paulo Nova, pescador há mais de 15 anos também comentou a demora da liberação total da obra. “No dia da inauguração eu até estive lá dentro do terminal, realmente tem muita coisa que pode viabilizar os trabalhos do pescador. Tem uma fábrica de gelo e óleo diesel, mas até hoje não vi nada funcionando. A não ser este embarque e desembarque”, relatou Paulo.  



O Bocão News esteve no TPPS e visitou as dependências do terminal. A equipe de reportagem foi acompanhada pelo diretor técnico da Bahia Pesca, cooperativa e alguns pescadores. Durante a visita, a Coordenadora de Convênios do projeto, Maria Amélia, explicou a funcionalidade das máquinas e quais serviços já estavam disponíveis para o pescador no Terminal da Ribeira. “Para os pescadores cadastrados, já é possível o embarque e desembarque, venda do óleo diesel e a gelo. A fábrica está funcionando e basta atracar no terminal para comprar. Mas é necessário o cadastro dos profissionais, isso impede o acesso indevido de outros seguimentos. As máquinas estão instaladas, mas para operacionalizar, é necessário técnica, para isso os pescadores serão treinados. Estando aptos, os trabalhos desembarque dos peixes, higienização, tratamento e venda dos produtos fluirá sem grandes problemas”, explicou Maria Amélia.

Fotos: Gilberto Júnior // Bocão News
Nota originalmente postada às 10h do dia 17



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