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Trote em universidade incita a violência e o preconceito

Imagem Trote em universidade incita a violência e o preconceito
Secretaria das Mulheres pede explicações sobre brincadeira humilhante na UnB  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 28/01/2011, às 14h35   Redação Bocão News



O trote sofrido por calouros da Faculdade de Agronomia e Veterinária da Universidade de Brasília (UnB) levou a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República a encaminhar um pedido de esclarecimentos à reitoria da universidade. Dependendo da resposta, a representação poderá ser encaminhada também ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Educação.

O documento traz fotos de alunas lambendo linguiça com leite condensado durante a brincadeira realizada no último dia 11. Segundo a assessoria da Secretaria, a denúncia foi feita por uma aluna que teria sofrido o trote.

Para a secretária Nacional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres, Aparecida Gonçalves, o trote incita o preconceito contra a mulher. “Recebemos uma foto de uma menina ajoelhada lambendo o salsichão com leite condensado em cima, dando a entender que era um sexo oral. Não é um trote e educativo e leva à questão da violência, da submissão da mulher, da subordinação. É um trote que efetivamente não ajuda a construir uma nova relação entre homens e mulheres”, afirmou.

Aparecida Gonçalves disse esperar que a UnB estabeleça regras para a prática do trote que inibam atos de agressão e humilhação. “Estamos aguardando a resposta. Espero que seja apurado, que a universidade tenha uma postura de discutir com seus alunos e apurar. A reitoria pode dizer o que não deve ser feito no trote, para evitar discriminação e violência. Pode determinar normas e regras do que é aceitável nos trotes”, disse.

O reitor da UnB José Geraldo de Sousa Junior declarou, em despacho, que “as fotos traduzem atos de violência e discriminação contra as mulheres. Elas mostram a diminuição da dignidade e violam a ética da convivência comunitária”.

Sousa Junior disse ao G1 que vai propor uma reorganização de conduta dos supostos estudantes envolvidos, pois a situação não é algo que se tolere. "No limite estes alunos podem ser expulsos. Espero que isso não aconteça porque a função da universidade é incluir, não excluir." Segundo o reitor, a intenção é de que os "trotes sujos" - que reduzem a dignidade humana e usam violência - sejam substituídos pelo trote cidadão, que são configurados por plantios de árvores, doação de sangue, entre outros.

O trote envolveu alunos que entraram na faculdade no meio do ano passado. (Informações G1)

Foto:Luiz Filipe Barcelos/UnB Agência/Divulgação


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