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“ACM Neto quer o desemprego de famílias”, diz proprietária de lava-jato

Imagem “ACM Neto quer o desemprego de famílias”, diz proprietária de lava-jato
Manifestantes fecham Av. Magalhães Neto e reclamam da ação da prefeitura  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 29/08/2013, às 06h01   Alessandro Isabel (twitter: @alesandroisabel)


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Mais de 70 pessoas que trabalham em seis lava-jatos localizados na Av. Magalhães Neto fecharam a via na manhã desta quarta-feira (28), em Salvador. Segundo informações de Deivid dos Santos a possível retirada dos lava-jatos que há 18 anos estão no local é a motivação para o protesto.

“Trabalhadores da prefeitura chegaram aqui demarcando tudo de vermelho e ficamos sabendo pelos próprios operários que irão derrubar tudo. Não recebemos notificações, nem nenhum tipo de informação sobre a nossa saída”, afirma Deivid que é um dos proprietários de lava-jato.


“Sustentamos mais de 70 famílias com o dinheiro desse lava-jato. Existem adolescentes, jovens que não tiveram oportunidade de estudar e poderiam estar na criminalidade, mas estão ganhando o sustento aqui. ACM Neto quer ver um monte de desempregado? Eu só quero trabalhar”, desabafa Paulo Fonseca, um dos trabalhadores.

Os manifestantes utilizaram troncos de árvores, paus, pedras e pneus para fechar a Magalhães Neto. O reflexo do protesto foi sentido no trânsito de toda a cidade. Para o servidor público Carlos Augusto o movimento é válido, mas deve haver respeito. “Concordo com a manifestação. Prefiro ver esses jovens trabalhando do quê na criminalidade, porém eles têm perceber que isso provoca transtornos e terminam afetando pessoas que não podem responder pelas ações da prefeitura”.


Gislane Andrade, proprietária de outro lava-jato, justifica a manifestação. “Se não fecharmos o trânsito e chamarmos a atenção ninguém vai nos ver. Temos que utilizar desse artifício para a prefeitura observar a atitude errada dela. Eu votei em ACM Neto e não foi isso que ele prometeu”.

As máquinas que trabalhavam no alargamento da Magalhães Neto foram desligadas e de acordo com o responsável da obra o trabalho só será retomado quando manifestantes e prefeitura chegarem a um acordo.

Policiais militares da 39ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) estiveram no local negociando com os manifestantes. Após negociação uma pista foi liberada, mas a promessa é de novos protestos. “Enquanto representantes da prefeitura não vier negociar com a gente vamos continuar fechando o trânsito. Não vou ficar desempregado, esperar meu filho passar fome para agir. A prefeitura vai ter que resolver o problema que eles criaram”.

A reportagem manteve contato com a Superintendência de Conservação e Obras Públicas do Salvador - SUCOP. De acordo com a comunicação da autarquia municipal uma nota será emitida ainda hoje esclarecendo as denúncias.


Publicada no dia 28 de agosto de 2013, às 11h27

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