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Mistério cerca assassinato de modelo baiano na Espanha

Imagem Mistério cerca assassinato de modelo baiano na Espanha
Mãe faz apelo para velar e sepultar corpo do filho em Salvador  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/12/2013, às 21h00   Alessandro Isabel (Twitter @alesandroisabel)


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A promessa de uma carreira promissora. Esse foi o motivo que levou o modelo fotográfico soteropolitano Oscar Dicleidson Moraes, o Kekeo Moraes, de 22 anos, a deixar a família no bairro Sete de Abril, periferia de Salvador, para viver no balneário de Blanes, em Girona, na Espanha.

O jovem vivia há quatro anos em terras espanholas e teve o sonho interrompido, no último dia 5 de dezembro, quando foi assassinado com golpes de faca no apartamento do padre Jaume Reixach, o mesmo que o levou ao país europeu sob a garantia de ter um futuro promissor na carreira de modelo.

O autor dos golpes é um filipino identificado como Eulogio Sun Lumalang, 44, que foi preso na mesma noite do crime próximo da residência onde morava. Para a polícia, ele disse que mantinha relações sexuais com o padre e ciúmes do envolvimento do jovem com o pároco pode ter motivado o crime.

Depois de saber da morte do filho, Maria Cristina Moraes, 44, embarcou para a Espanha e desde então luta para conseguir ver o corpo do jovem. A segunda missão da mulher é arrecadar 7.900 euros, cerca de R$ 22 mil para trazer o corpo para ser velado e sepultado na capital baiana.

Muito abalada, Maria contou com detalhes como Kekeo foi parar na Espanha. “Ele conheceu o padre no Carnaval de Salvador e veio logo o convite para viajar. A promessa era que em um ano ele conseguiria o visto permanente para permanecer no país e trabalhar como modelo, mas não foi o que aconteceu”.


“Fomos enganados pelo padre. Meu filho veio para a Espanha e desde então permaneceu de forma ilegal. Ela era escravizado. Lavava, passava, fazia de tudo por um prato de comida e teto. Não tinha dinheiro para retornar ao Brasil e deve voltar dentro de um caixão”, desabafou para a reportagem do Bocão News.

Segundo reportagem do jornal “El País”, o filipino disse ter matado o brasileiro por ele dizer que sua mulher e sua filha participavam de orgias na casa do padre. Eulogio Sun Lumalang também teria sido trazido à Espanha pelo padre e afirmou que tinha relações sexuais com ele por dinheiro.

O padre negou ter relações sexuais com o acusado e com o brasileiro, mas o “El País” revelou que livros e CD de pornografia gay teriam sido encontrados no apartamento onde o crime aconteceu.


Oscar era noivo de uma jovem espanhola e pretendia se casar. A mãe permanece na Espanha até o dia 11 de janeiro. O Ministério das Relações Exteriores informou que acompanha o caso e tem dado assistência à família. Segundo o Itamaraty, não há previsão legal de que o órgão providencie o transporte do corpo. O acusado permanece preso. O padre deve prestar esclarecimentos para a igreja que abriu um processo para investigar as acusações. Ele pode ser expulso.

“Espero que a justiça seja feita e faço um apelo para quem puder nos ajudar a levar o corpo para Salvador iremos agradecer. Só queremos um enterro digno para um jovem que era exemplo de dignidade e só queria dar um futuro melhor para a família”, concluiu Maria.

Matéria originalmente postada às 12h50 do dia 16

Classificação Indicativa: Livre

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