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Sete dias da morte de Perrone: "me sinto perdida", diz mãe

Imagem Sete dias da morte de Perrone: "me sinto perdida", diz mãe
Lúcia Roriz amarga falecimento do filho, vítima da violência  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 03/01/2014, às 18h25   Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso)


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Nesta sexta-feira (3) faz sete dias que Paulo Perrone, ex-baterista do Estakazero, morreu após sofrer por três anos as sequelas de um tiro que levou em 2011. Ele foi vítima de uma saidinha bancária no Caminho das Árvores, em Salvador, após sair de uma agência do Banco Bradesco. Desde então a mãe dele, Lúcia Roriz, resolveu dedicar a vida integralmente aos cuidados do filho e ainda não tem ideia do que fazer. Hoje ela está com 70 anos. 
“Eu ainda estou em êxtase. Ainda não caiu a ficha do que está acontecendo. Eu sinto um vazio muito grande, não concilio muitas coisas, estou perdida. Tem horas que eu penso que ele está lá e fecho a porta pra não entrar muriçoca. Não caiu a ficha direito e ainda não acredito que tenha acontecido”, disse nesta manhã. 

Por volta das 7h uma missa na Igreja de Santana, no Rio Vermelho, foi celebrada. Amigos e parentes compareceram ao local para rezar pelo rapaz. Com este apoio, Lúcia tenta aos poucos volta à rotina. “Estou tentando me reintegrar, mas me sinto meio apática. Não tenho noção dessa situação. Peço a Deus força, para cair na real e correr atrás da vida. Parei no tempo”, confessa Lúcia.

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Justiça
A família Perrone enfrenta há anos um processo na Justiça para conseguir que o Bradesco custeasse o tratamento do rapaz. No entanto, a quantidade de recursos disponíveis no código de processo civil brasileiro não permitiu que o banco fosse penalizado. “O Bradesco já entrou com vários agravos. Uns seis. São recursos para tentar reformar a decisão. Nós ganhamos na primeira instância, tivemos sentença de mérito favorável com liminar para que o banco pagasse, mas eles vêm recorrendo porque entendem que a responsabilidade de segurança é do Estado”, explica a advogada, Kátia Falcão. 
Agora, a família espera que a última apelação seja remetida ao Tribunal de Justiça para que seja marcada a sessão de julgamento. 
“Eu acho um absurdo (a quantidade de recursos disponíveis), não só para esses casos, mas para todos os outros. O nosso código de processo civil não limita a quantidade de recursos. Toda decisão favorável eles utilizam agravos, agravo do agravo, embargo do agravo... Deveria ser limitado. Existe uma previsão de reforma do código justamente para decidir essa limitação”, opina Kátia. 

Em contato com a assessoria do banco, o site foi informado que o Bradesco não irá se pronunciar até o fim do processo. 

Nota originalmente postada às 8h do dia 3

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