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Com segurança inteligente, rolezinho será pacífico em Salvador, diz antropólogo

Imagem Com segurança inteligente, rolezinho será pacífico em Salvador, diz antropólogo
Grupo de jovens marcou ação no próximo dia 2 no Barra  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 16/01/2014, às 17h08   Terena Cardoso (Twitter: @terena_cardoso)


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A iminência de um ‘rolezinho’ no Shopping Barra no dia 2 de fevereiro e as outras manifestações que aconteceram em São Paulo acenderam o sinal de alerta na direção de grandes shoppings em Salvador. Segundo o presidente da Associação Brasileira de Shopping Center da Bahia (Abasce), Edson Biaggio, uma reunião acontece nesta sexta-feira (16) para definir como os estabelecimentos vão se posicionar. 
“Cada shopping tem o seu plano de segurança para agir em situações de emergências. Mas não vemos (o rolezinho) como uma ameaça. Só que temos de nos preparar para uma eventualidade. Não é um fato que preocupa. É apenas uma coisa que você não pode deixar de considerar”, explica. 
Por meio de nota, o Shopping Barra não revela qualquer preparação em termos de segurança contra o ‘rolezinho’. Apenas afirma que o estabelecimento “respeita a liberdade de expressão e reunião pacífica, assim como preza pela integridade, segurança e bem estar de todos os seus frequentadores e corpo de funcionários”, conforme o artigo 5º da Constituição Federal. 
O site consultou também o Salvador Shopping que confirmou seguir as orientações da Abasce-BA, condutora do assunto no estado. Já os shoppings Iguatemi, Paralela, Piedade e Lapa não responderam. 
Preconceito
Para o antropólogo Ordep Serra, o que aconteceu em São Paulo foi fruto de incompetência. “Aquela era uma manifestação legítima e alguns bandidos se aproveitaram da situação. Mas não era para a polícia ter agido de maneira violenta, paranoica e Brutal”, opina. 
Na internet, alguns articulistas apontaram a cor e condição social dos jovens participantes do ‘rolezinho’ como incomodativas. Para o antropólogo, as características e as reações fazem sentido. “É possível. Me lembro de uma Ong em São Paulo que levou jovens e idosos para uma ação dentro de um shopping e muitos fecharam as portas em pânico. O Brasil é um país racista e hipócrita. Ninguém se declara racista, mas o racismo está aí”, acredita.
Ainda segundo Ordep, a ocupação dos shoppings tem relação íntima com a falta de lazer do jovem com condição social baixa. “Falta espaço para o lazer então eles recorrem aos shoppings. Não são grandes consumidores e isso certamente incomoda”, afirma o antropólogo, lembrando que com uma segurança inteligente, o movimento será pacífico em Salvador.
“Se houver uma atitude ponderada por parte dos seguranças e da polícia, não haverá grandes distúrbios. Esses jovens precisam ser entendidos e recebidos. Porque isso é natural. Preconceito é complicado e gera problema mesmo”, finaliza. 

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