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Caco de Telha Formaturas na mira do MP-BA

Publicado em 28/02/2011, às 17h48   Redação Bocão News




Na tarde desta segunda-feira (28), um grupo de fotógrafos e empresários esteve na redação do Bocão News para denunciar o que chamam de “medida danosa” contra profissionais que trabalham na realização de formaturas. A acusação é que a empresa Caco de Telha Formaturas, uma ramificação do grupo liderado pela cantora Ivete Sangalo, estaria em campanha para monopolizar as cerimônias de colação de grau na cidade de Salvador.

O esquema funciona da seguinte maneira: a empresa procura as instituições de ensino e propõe a assinatura de um contrato de exclusividade, que transforma a Caco de Telha em única responsável pelos registros de imagem e audiovisual das solenidades de conclusão de curso.

O documento abaixo foi assinado por Ary Oliveira Filho, diretor geral da Estácio/FIB.



A reportagem ainda tem outras declarações idênticas endossados por representantes das faculdades Unime, IBES e Facsal.

Para participar da solenidade, os formandos têm que assinar um contrato. O documento impede que eles levem seus próprios fotógrafos e limita a participação de apenas 10 convidados. Teoricamente, não há custos para os estudantes. Mas, se eles quiserem a lembrança da solenidade têm que desembolsar valores que variam entre R$ 1,5 mil e R$ 3 mil. Os pacotes incluem álbuns de fotos e/ou DVD.

“Em médio prazo, esse modus operandi vai acabar com as pequenas empresas e com os profissionais autônomos que trabalham em solenidades. Sem contar com as empresas de ornamentação, produtoras e todas as demais que atuam em festas desta natureza”, aponta Samuel Cerqueira, antigo contratado da Caco de Telha, que rompeu com o grupo por discordar do monopólio do mercado. “Depois que encerrei meu vínculo com eles, tive que demitir 10 funcionários da minha empresa. Sinto muito, mas não posso arcar com os custos após a perda do contrato. Felizmente, tenho outros clientes. Não poderia aceitar essa proposta. Se o fizesse, seria omisso, um yes man. Tenho 30 anos de carreira na fotografia e não posso aceitar esse modelo predatório”, observou.

Outro lado da moeda - O diretor geral da Estácio/FIB, Ary Oliveira, diz que não há obrigatoriedade na assinatura do contrato e que os alunos que não quiserem participar do evento da Caco de Telha podem colar grau na própria faculdade em dia e local determinado pela instituição.

O assunto foi levado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA). O caso é investigado pelo promotor Olímpio Campinho, da 3ª Coordenadoria do Consumidor. Por enquanto, não há nenhuma acusação formal contra a empresa de Ivete Sangalo. Mas, informações extra-oficiais dão conta de que o MP-BA trabalha com as hipóteses de venda casada, monopólio e crime contra a ordem econômica.

O sócio-diretor da Caco de Telha Formaturas, Marcelo Paulista, foi procurado, mas preferiu não tratar do assunto por telefone. Ele garantiu que entraria em contato com o departamento jurídico da empresa e depois marcaria um encontro com a equipe do Bocão News.

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