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Bebê morre depois de nascer na recepção da maternidade na Bahia

Imagem Bebê morre depois de nascer na recepção da maternidade na Bahia
Diretor da unidade lamentou a morte e disse que não tinha médico de plantão  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 26/04/2014, às 13h23   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)


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Uma jovem deu à luz na recepção do Hospital Maternidade Luís Argolo, em Santo Antônio de Jesus, distante 185 km de Salvador, Recôncavo baiano. De acordo com reportagem do A Tarde, o parto improvisado, que aconteceu por volta das 6h30 da manhã deste sábado (26), foi feito por outros pacientes e pessoas que aguardavam atendimento no local, mas o bebê não resistiu e morreu.
O Hospital é administrado pela Santa Casa de Misericórdia e passa por problemas financeiros e estruturais, além da falta constante de médicos. Maria Jamile de Jesus Santos, de 20 anos, estava grávida de seis meses e chegou ao hospital por volta das 4h da madrugada. Maria Antônia de Jesus Santos, mãe da jovem, contou que a criança morreu por falta de cuidados depois do parto. De acordo com a mulher, a criança nasceu com vida. 
Em entrevista a uma rádio local, o provedor da Santa Casa de Misericórdia, Aurelino Reis, explicou que o médico plantonista faz pós-graduação em Salvador e não pôde cumprir o horário do plantão que terminou no sábado. "Ele se ausentou na noite de sexta-feira. Tentamos substitui-lo, mas não achamos um médico que pudesse fazer o plantão deste fim de semana. Estamos tentando corrigir o problema desde que fizemos o TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com o Ministério Público, em novembro. Mas há dificuldades de achar médico para o fim de semana. Fui pessoalmente na casa de um médico, que atendeu na sexta-feira, mas não pôde ficar de plantão no sábado. Estamos nos esforçando para que isso não aconteça", garantiu.
Aurelino Reis afirmou ainda que a Santa Casa passa por dificuldades financeiras e não recebe ajuda do Estado ou da Prefeitura de Santo Antônio de Jesus. O único repasse que a prefeitura faz é de R$ 30 mil, referente aos serviços do SUS que a Santa Casa executa. "Fora isso, não recebemos nenhuma ajuda da prefeitura ou do governo do Estado. Eles pagam pelos serviços que a Santa Casa executa", lamentou.
O provedor informou ainda que a Santa Casa tem um déficit mensal com obstetrícia de mais de R$ 225 mil. São realizados 197 partos por mês. "Gastamos R$ 1.475,21 para executar cada parto normal. Recebemos R$ 443,50. Em cada parto normal, há um déficit de R$ 1.031. Com cesárea, o déficit é de R$ 1.347. A Santa Casa é um comércio de saúde e as dificuldades são grandes quando não recebemos ajuda", salientou.

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