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Professora acusa colégio de não prestar assistência após acidente. Direção nega

Imagem Professora acusa colégio de não prestar assistência após acidente. Direção nega
Kathya Souza caiu de uma cadeira e teve fratura nos dois braços  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 07/05/2014, às 06h14   Caroline Gois (twitter: @goiscarol)



Dor, sofrimento e marcas pelo corpo após uma queda que ocorreu na última quarta-feira, dia 30, dentro da sala de aula do Colégio Resgate que fica no bairro de Brotas, em Salvador. Este é um trecho da história contada pela professora Kathya Souza, que procurou a reportagem do Bocão News para falar sobre "a falta de assistência por parte da diretoria geral da escola após o acidente". "Leciono no Colégio Resgate sede Brotas há cerca de 5 anos, tenho carteira assinada, impostos pagos em dia, sou associada ao SINPRO (Sindicato de Professores), possuo especialização em Metodologia do Ensino Superior, bem como sou advogada. Estava em sala de aula na turma do 1º ano do ensino médio ministrando aula de redação, quando ao sentar na cadeira do professor que fica em cima do tablado essa cadeira abriu e fui lançada ao solo, resultando em dois braços fraturados", relatou.

A professora, de acordo com o diagnóstico médico, teve fratura de escafóide à esquerda e fratura do radio distal à direita, tendo necessidade de submeter-se a tratamento cirúrgico.
Entretanto, após a queda, Kathya contou que foi levada ao médico por um dos diretores da instituição identificado como Sérgio Pires. "Fui até a Clínica Orto. De lá, por conhecer médicos do COT, solicitei que Sérgio me levasse a esta unidade médica e ele o fez. Ao chegar no COT Canela o diretor foi informado de que precisaria imediata cirurgia. Mas aí, ele foi embora informando que de antemão podia dizer que a direção geral nada faria, todavia ia em busca de informações. Por volta de 17 horas ligou para o meu filho dizendo que já haviam prestado os primeiros socorros, ou seja, me deixar na clinica", 
afirmou.
A reportagem do Bocão News conseguiu falar com Sérgio Pires, que contradiz a versão da professora. "Eu mesmo levei ela no Orto, que é próximo à escola porque ela estava reclamando de muita dor. Ela tirou raio X e verificou que havia uma fratura no braço direito. Foi aplicada uma injeção e ela teve os braços imobilizados. Saí de lá quase 15h e o acidnete foi pela manhã. So saí de perto quando o filho dela chegou", detalhou o diretor.
Contudo, a professora garante que tentou sem êxito buscar ajuda da direção geral do Resgate, recebendo o CAT - documento que certifica ter sido um acidente de trabalho, apenas na manhã desta terça-feira (6). "Necessitei pagar R$ 4.307,00 para que fosse operada da mão direita e mais R$ 365,92 pelo pronto atendimento. Também na próxima quarta-feira (7) devo retornar para provável cirurgia da mão esquerda. Sem contar que são necessários diversos medicamentos", pontuou.
Já o diretor afirma que desde sexta o CAT estava à disposição da professora, apesar do mesmo só ter sido entregue hoje à Kathya, com a visita de Sérgio em sua residência. Ao procurar a professora nesta manhã, ela confirmou que recebeu o CAT, 
mas que o diretor pediu que ela aguarde um posicionamento da diretoria geral com relação à situação dela.

Quando questionado sobre as estruturas do colégio e sobre o acidente da professora dentro da sala de aula, Sérgio reforçou que a cadeira utilizada pela docente não estava quebrada e elogiou as estruturas da escola particular, cuja mensalidade média fica em torno de R$ 800. "Foi sim um acidente de trabalho porque ela estava dentro da escola. Mas, as nossas salas são como as da maioria. Tem um tablado como se fosse um palco com 15 cm de altura. Temos uma mesa e uma cadeira. Houve um grande detalhe: a professora tirou a cadeira debaixo da mesa e colocou-a à frente. Ela não observou que um dos pés da cadeira estava no ar. Ela foi se ajoelhar no momento em que um pé estava no ar. Ela virou por cima da cadeira, infelizmente. É um acidente de trabalho, porém, se a cadeira estivesse no lugar correto isso não teria acontecido. A cadeira não estava quebrada. Eu usei a cadeira hoje. Tenho manuntenção diária e uma pessoa de soda. É uma cadeira nova", contou.
Todavia, Kathya garante que o maior problema da instituição foi a não continuação da assistência prestada. O socorro não continuado. "Eu faria questão apenas de uma visita deles. Mas, tentei por diversas vezes falar com eles por telefone e não 
consegui", comentou, dizendo que se sente triste pela desatenção e falta de consideração da diretoria do colégio, com a qual ela diz ter uma ótima relação. "Fiquei surpresa. Me dou bem com todos e estou recebendo o carinho de pais e alunos. Lamento estar passando por isso tudo", afirmou.


Sérgio Pires também confirma o bom relacionamento entre a instituição e a docente, frisando que "trata-se de uma instituição educacional e buscamos ficar próximos das pessoas. Estou surpreso por ela dizer que não teve assistência. A relação com a profisisonal é muito boa. Ligo para Kathya todos os dias para saber como ela está. Não houve comigo a conversa que ela teve com vocês. A escola não tinha conhecimento que ela estava necessitando", disse.
Kathya, que leciona também em outras instituições, só deverá retornar as atividades no prazo máximo de 60 dias por conta das cirurgias e ferimentos, além das dores constantes. "Devido ao fato, estou impossibilitada de trabalhar e sem meios para custear ao acidente de trabalho. Já estou com acompanhamento de advogados para que a empresa seja notificada e o SINPRO tomará conhecimento", finalizou a docente.

Publicada no dia 6 de maio de 2014, às 15h46

Classificação Indicativa: Livre

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