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A hora e a vez da cadeia de fornecedores no Brasil

Publicado em 16/11/2011, às 15h10   Darcles Andrade Oliveira



Ao anunciar o investimento de US$ 224 bilhões até 2015, a Petrobras reafirmou seu compromisso em fomentar uma ampla rede de fornecedores de bens e serviços com tecnologias de ponta e transformar esta riqueza em benefícios para a sociedade. O volume de investimentos no país reflete a confiança da Companhia em maximizar o conteúdo nacional de suas compras. Como brasileiro e membro da equipe Petrobras, vejo com orgulho nosso país se tornar o lugar ideal para a chegada de centros de pesquisa de fornecedores, o desenvolvimento de novas tecnologias e a entrada de capital para atingir o crescimento desejado.
Estamos em um momento de oportunidades para grandes, médias e pequenas empresas da cadeia produtiva. É hora de capacitar as empresas, em especial médias e pequenas, tornando-as competitivas para enfrentar as estrangeiras que se preparam para atuar agressivamente em nosso mercado. O empresariado brasileiro precisa estar atento ao fato de que, quando se trata da indústria de petróleo e gás, a concorrência é mundial. Então é preciso ter uma visão nacional da cadeia e valorizar as competências locais, mas consciente que a concorrência é global. 
Por um lado é clara a confiança da Petrobras no mercado supridor nacional e sua disposição em garantir o conteúdo nacional em todas as cadeias produtivas. Por outro, é preciso ressaltar que o sucesso do plano de investimentos só será efetivo se os empresários identificarem oportunidades, dificuldades e enfrentarem riscos. Outro aspecto a ser destacado é que todos os estados brasileiros podem integrar a cadeia de fornecedores, independente de terem ou não óleo na camada pré-sal. As janelas de negócio que se abrem diante dos investimentos da Companhia abrangem uma infinidade de empresas. Vai de fornecedores de alimentos, passando por fornecedores de parafusos, até as transportadoras e as plataformas.
Recentemente, a Petrobras lançou o Programa Progredir, que busca facilitar a oferta de crédito para fornecedores e subfornecedores da Companhia e que já realizou 148 financiamentos no país. A iniciativa permitiu a contratação de R$$ 719 milhões em empréstimos dos bancos parceiros do programa à cadeia de fornecedores da Petrobras. O presidente Gabrielli tem feito reuniões estratégicas com empresários de todo país para falar sobre as novas oportunidades do mercado. 
Para que possamos assegurar o progresso da indústria nacional de bens e serviços e a efetiva conquista destes mercados, precisamos que o empresariado brasileiro encontre as respostas adequadas para algumas questões importantes: De que maneira a indústria nacional pode aproveitar melhor esse expressivo volume de investimentos? Como ampliar as atividades internas? Como alavancar a conquista dos mercados externos? De que forma ampliar escala, reduzir custos e elevar a renda resultante dessas atividades? Como estimular a integração interna dos fornecedores desse segmento com outras atividades da indústria e com as instituições de ensino, pesquisa e inovação tecnológica, com vistas ao fortalecimento da capacidade de fornecimento e competitividade do País? 
Embora consciente da importância desse questionamento, não posso deixar de cogitar que talvez o maior desafio para o empresariado seja a mudança da percepção de que as oportunidades não estão apenas no mercado nacional, mas sim no mercado visto de forma global. Porque acredito que essa é a visão estratégica a ser perseguida. Nós sabemos que hoje, nenhuma empresa está a salvo de concorrência, por mais que esteja tecnologicamente preparada e operacionalmente equipada, e tenha custos competitivos. Não consigo imaginar uma maneira de assegurar a permanência no mercado que não seja focada na vanguarda sustentável de seu segmento de negócio e disputando de igual para igual cada palmo do mercado. É a hora e a vez da cadeia de fornecedores brasileiros conquistar o merecido lugar no mercado global.


*Darcles Andrade Oliveira é gerente regional de Comunicação Institucional da Petrobras no Nordeste e coordenador do Gespública na Bahia
contato: 
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