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BNews Summer: espiritualidade pede por “transformação de energia” para 2023, segundo Mãe Jaciara

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Mãe Jaciara também falou sobre as consequências da pandemia para a espiritualidade  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Rafael Albuquerque

por Rafael Albuquerque

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Publicado em 31/12/2022, às 18h00


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O ano de 2022 está chegando ao fim e, com isso, muita gente tira um tempo para fazer reflexões de tudo o que aconteceu e fazer novos planos para o ano que se aproxima. Mas, como todos sabem e vivenciaram, os últimos anos foram de bastante conturbação em todo o mundo em decorrência da pandemia do novo Coronavírus.

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Em 2022 a situação melhorou um pouco, mas ainda assim muitos entes queridos se foram vítimas da Covid-19. Paralelo a isso, outras tantas mazelas como racismo, xenofobia, machismo e homofobia foram expostas, sobretudo em decorrência da disputa política nada saudável que o Brasil foi palco.

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Todos esses fatores são sensíveis a todos e acabam, de certa forma, influenciando a vida das pessoas. Quem explica esse fenômeno é Mãe Jaciara Ribeiro, Yalorixá do Terreiro Ilê Axé Abassá de Ogum, em Salvador: “o ano de 2022, para a espiritualidade, foi um ano em que a gente veio tentando reconstruir. A gente veio de um momento muito doloroso, que foi a pandemia. E, após a pandemia, a gente teve que construir não só espaços, famílias, comunidades, mas reconstruir nosso psicológico. Muita gente doente, então a espiritualidade conectou muitos seres humanos com o equilíbrio interno”.

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Mãe Jaciara ressalta que esse ano que está findando “mostrou que se a gente não tiver conectado com o espiritual, seja lá qual for a denominação religiosa, se torna uma árvore sem raiz, a gente fica solto. Sem alimento da alma a gente morre”. Por isso, a Yalorixá do Ilê Axé Abassá de Ogum explica que 2022 mostrou a importância da “conexão muito forte com a espiritualidade”, e foi além: “algo importante foi a questão da coletividade. A gente não estava bem sozinho, a gente só fica bem quando está todo mundo bem”.

Para o ano que se aproxima, “a espiritualidade vai pedir a transformação de energia negativa que o mundo passou, de racismo, de ódio, a violência. Acho que a espiritualidade pede para a gente transformar isso em uma única emoção, em um único sentimento que é o amor, o amor ao próximo. Isso está muito forte”, relatou Mãe Jaciara.

“Esse ano de 2023 é um ano em que as pessoas têm que estar conectadas com o respeito, a ética e o amor. Se você dá ao outro o que quer pra si é muito fácil conviver”, revelou a Mãe Jaciara.

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Também devem estar em voga questões mais abrangentes: “É importante lembrar que precisamos cuidar do meio ambiente, da natureza, onde essa devastação impacta muito nas nossas vidas. Temos que cuidar das matas, dos lagos, dos rios, do ar que a gente respira, e se preocupar muito com a alimentação. São muitas pessoas morrendo de fome. Ser uma pessoa com conexão com o sagrado, com a espiritualidade, é você trazer uma energia de nobreza, de equilíbrio para toda a humanidade. E o alimento é algo importante e a gente e tem que se preocupar com o bem-estar dos seres humanos”.

Questionada sobre o orixá que vai reger o ano de 2023, Mãe Jaciara explicou que isso pode variar a depender da Casa, mas revelou que há uma tendência: “Há um oráculo que a gente sempre pensa no que antecedeu. Esse ano de 2022 foi regido por Xangô, um orixá quente, o orixá da Justiça, que gosta das coisas muito claras e bem resolvidas. A gente vê o cenário do país quantas correntes foram quebradas e como a gente vai reconstruir esse país novamente com uma nova visão de mundo, onde os poderes na política devem ter uma grande sensibilidade. A gente vai jogando e só no dia mesmo, dia 31, virada do ano, que quem estava regendo entrega para quem vai reger. Mas tenho a sensibilidade de dizer que Oxum está falando muito, é o orixá do amor, da água, do acolhimento. Também quero deixar claro que cada terreiro de candomblé faz o jogo e tem o orixá que está regendo e cuidado daquela casa”.

A Yalorixá explica que independentemente do orixá que vai reger o próximo ano, é necessário “se atentar ao orixá da sua cabeça, do seu Ori, esse é o que você tem que fortalecer, dar caminho e cuidar”.

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