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"Colocava o hino da bandeira e tocava durante três horas", diz vizinho de homem que destruiu relógio de Dom João VI no Planalto

Reprodução/TV Globo
O homem foi identificado como o mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos  |   Bnews - Divulgação Reprodução/TV Globo

Publicado em 21/01/2023, às 13h24   Redação BNews


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A cidade de Catalão, no interior de Goiás, com 113 mil habitantes, não fala em outra coisa a não ser sobre a identidade do homem que aparece nas câmeras de segurança do Palácio do Planalto jogando no chão o relógio de Dom João VI, durante a invasão golpista do dia 8 de janeiro. Uma equipe de reportagem de O Globo esteve no local onde o suspeito morava antes de sumir do mapa e entrevistou algumas pessoas. Elas garantem se tratar do mecânico Antônio Cláudio Alves Ferreira, de 30 anos.

Uma das testemunhas é a própria irmã do homem que destruiu o relógio. Ela evitou dar mais detalhes do rapaz e disse que está "muito triste" e "preocupada" com a situação. "Fiquei sabendo que era ele mesmo pela reportagem (do Fantástico, da TV GLOBO), que eu vi que era ele. Eu queria até saber notícias de onde ele está. A gente acaba ficando preocupada. Pelas atitudes dele, eu vi que o que ele fez é muito errado. Mas estou preocupada porque não sei se ele foi preso e onde está", afirmou Rosinaline Alves Ferreira.

A dona da casa alugada pelo suspeito disse que Ferreira deixou de fazer os pagamentos mensais de R$ 400, justificando ter gastado dinheiro com as recorrentes viagens a Brasília. Na fachada da casa tem uma bandeira do Brasil e um adesivo com a foto, nome e o número de campanha de Bolsonaro.

De acordo com a reportagem, uma outra testemunha, o pintor Valderlei Gonçalves, que mora em um imóvel construído nos fundos do mesmo terreno e teve acesso ao interior da residência, relata que o suspeito deixou para trás uma Bíblia, uma faca, um boné com o nome do ex-presidente Jair Bolsonaro, roupas e uma panela cheia de arroz.

"Antes daquela bagunça lá em Brasília, ele (Ferreira) colocava o hino da Bandeira e tocava durante três horas aquela barulheira", contou o vizinho.

Ao jornal, a Polícia Civil de Goiás disse que "tem contribuído com a Polícia Federal com informações sobre um suspeito de atos de vandalismo no Palácio do Planalto que teria moradia em Goiás". A PF não comenta investigações em curso.

A relíquia de Dom João VI estilhaçada no Planalto é uma das duas peças existentes do relojoeiro francês Balthazar Martinot. A outra está exposta no Palácio de Versalhes, na França, no quarto que foi da rainha Maria Antonieta, e tem metade do tamanho do item destruído pelo mecânico.

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