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Cunhado de André Valadão, pastor é indiciado por ofender religião de matriz africana

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Durante culto, Felippe Valadão ameaçou acabar com terreiros de umbanda de um município  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes sociais

Publicado em 17/04/2024, às 22h58   Victória Valentina


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O pastor Felippe Valadão, cunhado de André Valadão, da Igreja Lagoinha, em Niterói, região metropolitana do Rio, foi indiciado na última terça-feira (16) pelo crime de intolerância religiosa durante um evento oficial da prefeitura de Itaboraí, ocorrido em maio de 2022. Na ocasião, ele ameaçou acabar com terreiros de umbanda do município e que converteria os dirigentes dos centros espíritas da região.

Diante do público, Valadão disse que "de ontem para hoje tinha quatro despachos aqui na frente do palco. Avisa aí, para esses endemoniados de Itaboraí, que o tempo da bagunça espiritual acabou. A igreja está na rua. A igreja está de pé. E ainda digo mais, prepara para ver muito centro de umbanda sendo fechado na cidade”.

Segundo investigação da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), ao ouvir o vídeo anexado ao inquérito, que não houve alteração no conteúdo. No relatório encaminhado ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), a polícia informou que ficou comprovada a prática de intolerância religiosa.

Na época, o pastor disse que proferiu palavras em defesa da própria fé, acreditando que pessoas de outras religiões de matriz africana poderiam se converter a fé cristã”. Segundo ele, muitos centros de umbanda seriam fechados, porque seriam convertidas e que, dessa forma, os templos seriam fechados. Valadão disse ainda que nunca incitou a violência contra centros espíritas ou pessoas devotas de religiões de matriz africana.

Polêmica

Felippe Valadão é casado com a cantora Mariana Valadão, irmã da também artista Ana Paula Valadão e do pastor André Valadão.

Este último, inclusive,  já foi acusado pelo Ministério Públcio Federal por homofobia. A investigação foi aberta em agosto de 2023 para apurar falas do líder durante um culto transmitido.

Em um culto, André falava sobre "valores cristãos" e condenava o casamento homoafetivo. "Essa porta [casamento homoafetivo] foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a bíblia já condena. Então, agora é hora de tomar as cordas de volta, dizendo não, não, não. Pode parar, reseta.'' 

Para se defender, ele disse que suas palavras estão no contexto bíblico do livro Gênesis.

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