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Dia Mundial do Braille coloca em evidência a importância do sistema de códigos para pessoas cegas

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Trabalho de percepção tátil em crianças com deficiência visual é de extrema importância para o desenvolvimento e aprendizagem no sistema Braille  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Freepik

Publicado em 04/01/2023, às 19h07   Cadastrado por Lorena Abreu


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O Dia Mundial do Braille é comemorado nesta quarta-feira (4). A data presta homenagem ao nascimento de Louis Braille, criador do sistema de leitura e escrita usado por milhões de pessoas cegas e com deficiência visual em todo o mundo.

Conforme o Ministério da Educação, o francês Louis Braille ficou cego aos 3 anos de idade e aos 20 anos conseguiu formar um sistema com diferentes combinações de 1 a 6 pontos em relevo, o sistema se alastrou pelo mundo e hoje é usado como forma oficial de escrita e de leitura das pessoas cegas.

O sistema que possibilitou novas janelas e portas de conhecimento para as pessoas com deficiência visual já tem quase 200 anos.

A professora do Centro Municipal Integrado de Educação Inclusiva, em Feira de Santana, Raquel Gerino, que é deficiente visual, destacou ao Acorda Cidade a importância do código de leitura para o desenvolvimento de pessoas cegas.

“O sistema Braille é um código de leitura tátil e escrita por pontos em relevo usado por pessoas cegas. Com apenas a combinação de seis pontos é possível escrever caracteres em Braille formando várias simbologias, representando o alfabeto, números e demais caracteres também usados na escrita comum. Lembrando que o código do sistema Braille são combinações de pontos e não são iguais a escrita comum”, disse a professora.

Segundo a professora Raquel, o sistema Braille é importante para as pessoas cegas terem acesso ao conhecimento e a uma formação acadêmica.

“A leitura tátil realizada por pessoas cegas é feita da seguinte forma: na ponta dos dedos sobre um caractere Braille a pessoa cega precisa identificar a quantidade de pontos, a posição desses pontos, a localização desses pontos, lado direito e esquerdo, em cima, embaixo ou entre, de acordo com a configuração retangular da cela Braille e depois identificar a numeração desses pontos de um a seis e após fazer a identificação da numeração dos pontos fazer a correspondência Braille. Por exemplo, identifiquei que os pontos 2, 3 e 4 correspondem a letra S na Língua Portuguesa, no sistema comum de escrita”, exemplificou.

Em média o centro acompanha 30 crianças com deficiência visual, estimou Raquel. A educadora destacou que o sistema Braille é o principal meio de comunicação escrita para as pessoas cegas. Ela relata que podemos considerar o processo de aprendizagem do Braille parecido com o da alfabetização comum.

“O que vai diferenciar esse atendimento é a prática pedagógica do educador a atenção para as necessidades de acordo com a criança, estudante cego, que vai precisar que também seja trabalhado os pré-requisitos essenciais básicos para a alfabetização como qualquer outra criança que passa por essas etapas. Vai ser necessário trabalhar a lateralidade, conceitos envolvendo direção, posição, espaço, quantidade, forma, coordenação motora, discriminação tátil, porque o tato é de extrema importância para o desenvolvimento e aprendizagem da criança cega nesse processo de aprendizagem da escrita e leitura”, elencou.

Classificação Indicativa: Livre

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