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"Essa pedra vai cair", disse médico há dez anos sobre rocha em Capitólio

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O desabamento da rocha em Capitólio (MG) deixou dez mortos  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 10/01/2022, às 18h30   Redação BNews


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Há dez anos, o médico Flávio Freitas, de 52 anos, fez uma constatação nas redes sociais: "essa pedra vai cair". Ele se referia à rocha em Capitólio (MG), que desmoronou no sábado (8), e deixou dez mortos.

Em entrevista ao jornal O Globo, Freitas, que já visitou o município turítisco duas vezes, diz que não foi exatamente uma previsão, mas sim "uma constatação". Ele ressalta que "não é geólogo, mas era realmente gritante".

"Em uma dessas viagens, passei por esse local onde houve o acidente, um dos mais visitados ali em Capitólio, e aquela fenda me chamou atenção, porque realmente ela é extensa, larga. Visualmente, ela apresentava um aspecto perigoso. Fiz a foto na ocasião e escrevi: 'essa pedra vai cair'. E passou. Quando recebi o vídeo do acidente ontem, reconheci o local. Voltei nos meus álbuns do Facebook e achei a foto, que postei de novo e gerou toda essa explosão midiática. Não foi previsão, não foi nada. Foi uma constatação", afirmou.

A Polícia Civil identificou as dez vítimas da tragédia em Capitólio, que deixou também mais de 30 feridos. Todas as vítimas eram de Minas ou de São Paulo.

"A foto foi feita em um ângulo diferente de que caiu. Os vídeos foram postados olhando essa pedra de frente, caindo em sentido de quem estava filmando. Eu estava com a lancha um pouco mais para o lado, no sentido da cachoeira. A única diferença da época para hoje é que, há 10 anos, o nível da agua lá em Capitólio era cerca de 10, 12m acima do que é hoje. Realmente muda o tamanho. O que aconteceu é que a rocha estava com uma área mais exposta agora. Mas o local é o mesmo", completou Freitas.

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Risco evidente

Em entrevista à GloboNews nesta segunda-feira (10), o geólogo Pedro Luiz Côrtes, do Instituto de Energia e Ambiente da USP (Universidade de São Paulo), disse que a queda da rocha era previsível.

"Os riscos eram evidentes. O fraturamento daquela rocha por causas naturais é facilmente perceptível. O fato de isso não ser presenciado com frequência não diminui o risco, não diminui o fato das pessoas poderem perder a vida"

O professor explica que, agora, é necessária uma avaliação de risco das estruturas. "Não só na parte inferior, mas superior também, verificando a quantidade de material que pode vir abaixo ao longo dos anos. Analisar o impacto que pode gerar na água e o espaço que alcança."

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