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Estudante entra em coma por tomar shoyu com pimenta em trote universitário

Reprodução/Rede Globo
Mãe de estudante relatou momentos tensos que colocou a vida de seu filho em risco  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Rede Globo

Publicado em 25/10/2022, às 17h36   Cadastrado por Mariana De Siervi


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O que era para ser um momento de alegria e diversão acabou em tragédia. Isso porque um aluno entrou em coma após tomar shoyu com pimenta em um trote universitário. As informações são do Jornal Nacional da Rede Globo e o caso ocorreu em Ouro Preto, em Minas Gerais.

A vítima identificada como Ayrton Carlos Almeida Veras tinha passado em engenharia na Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e saiu do Maranhão para dar início ao curso. Ele foi morar em uma das repúblicas da universidade, no início de 2021, a República Sinagoga, que é gerida pelos próprios estudantes.

Regina Araújo Veras, mãe do estudante, relata em entrevista para o Jornal Nacional como foi o trote que colocou a vida de seu filho em risco. Ayrton teria enfrentado trotes chamados "batalhas", uma proposta para os calouros provarem que merecem estar na república e depois de se submeter a outro "desafio" durante uma festa, saiu de lá em coma.

"Eles dão uma pressão psicológica nos alunos, nos rapazes. Ele bebeu copos americanos, três copos americanos, cheios de cachaça, de pinga. Três copos americanos cheios de molho com óleo, molho de pimenta com molho shoyu. Eles deram um banho nele com balde de água gelada com pó de café. Apagou após o banho gelado e entrou em coma”, contou Regina.

O estudante foi levado pelos próprios colegas à UPA de Ouro Preto com sinais de excesso de bebida e em estado grave. Segundo os médicos que o atenderam na ocasião, o jovem também tinha sinais de abuso sexual, mas exame não comprovou isso, segundo a mãe da vítima.

Ayrton passou 16 dias internado, sendo oito na UTI da Santa Casa de Ouro Preto.

Fim de um sonho

Após receber alta, o estudante trancou a matrícula na UFOB e voltou para seu estado natal, Maranhão, onde vem fazendo tratamento das sequelas do incidente. Ele vem sofrendo crises de ansiedade, queda de cabelo, problema cardíaco e ainda a perda de movimento de um pé.

"Eu não consigo mais voltar a falar. Até porque não vai ser confortável para mim, tanto emocionalmente como fisicamente. Somos obrigados a passar por cada humilhação, e eles acham normal, eles normalizam", disse Ayrton.

"Fiquei decepcionado. Eu quero que a UFOP tome atitudes, providências. Eu quero justiça. Não é o primeiro caso, são vários casos", completou.

A UFOB contou que foi aberta uma comissão disciplinar e que o trote pode gerar advertência, suspensão e até expulsão dos estudantes envolvidos.

A República Sinagoga também se pronunciou e, em nota, diz que o ocorrido não aconteceu como foi dito e que foi prestado todo apoio à vítima. Ainda em nota, repudiaram as alegações de uma reportagem do jornal "O Liberal", classificando-as como falsas.

"A República Sinagoga repudia veementemente a prática de trotes e quaisquer abusos na comunidade acadêmica, reiterando seu compromisso com as regras institucionais do sistema republicano", diz a nota.

Classificação Indicativa: Livre

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