Geral
Publicado em 17/06/2024, às 19h36 Victória Valentina
Uma mulher, que não teve o nome revelado, vítima de estupro, teve o aborto legal negado por três hospitais de São Paulo. Segundo ela, uma das unidades de saúde a obrigou a ouvir o coração do feto, que tinha 24 semanas. As informações são da GloboNews.
A vítima teve o primeiro pedido negado no Hospital da Mulher, referência em casos de violência sexual. Em conversa com a reportagem, relatou que não teve sintomas no início da gravidez. "Eu fiz o exame de sangue, fiz o ultrassom e passei na médica. Ela me falou que como a gestação estava muito avançada, eu teria que procurar outra unidade e ajuda na Defensoria. A médica só falou que não poderia fazer e pronto. Depois ela me encaminhou para assistente, e a assistente me disse que eu teria que procurar ajuda", relembrou.
Mesmo com ajuda da Defensoria Pública e com um encaminhamento para realizar a interrupção em mãos, ela teve o procedimento negado mais uma vez, desta vez no Hospital Municipal do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo.
No local, a jovem contou que passou pela triagem e o médico disse que não poderia realizar o aborto, pois a gravidez estava muito avançada. " Eu já estava perdendo as esperanças. Já não estava muito bem psicologicamente e saí de lá mais abalada. Até então, eu estava achando que eu estava errada em tudo".
Ainda tentando realizar o procedimento, a mulher fez uma nova tentativa, desta vez no Hospital Municipal Tide Setubal, onde foi obrigada a ouvir os batimentos cardíacos do feto e convencida pela equipe médica a não realizar o aborto.
"Como o atendimento estava agendado, achei que eu ia chegar e iam estar me esperando. O atendimento foi péssimo, tive que falar perto de pessoas e o pior de tudo foi precisar ouvir o coração do feto. Eu pedi para ele [profissional de saúde] parar e tirar, levantei e saí da sala", relatou ao GloboNews, "Me falaram para tentar segurar o neném até nove meses, que eles me dariam laqueadura, que iam cuidar de mim e me buscar para fazer a cirurgia e tudo mais. Eu fui embora para casa acabada, não sei nem explicar. Eu já estava pensando como fazer em casa sozinha porque eu não tinha condições", continuou.
Após as negativas das unidades de saúde, a vítima só conseguiu realizar o procedimento em outro estado.
Atualmente, o aborto é permitido em três situações no Brasil: se o feto for anencéfalo, se a gravidez impuser risco de vida para a mãe ou se a gravidez for fruto de estupro. Um projeto de lei que tramita na Câmara, porém, deseja equiparar o aborto após 22 semanas ao crime de homicídio simples.
Classificação Indicativa: Livre
Lançamento com desconto
Imperdível
Motorola barato
Linda Mochila
Qualidade Stanley