Infraestrutura

Após requalificação do Rio Vermelho, bairro registra aumento de 30% de público

Publicado em 09/08/2016, às 19h32   Redação Bocão News


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Para moradores, comerciantes e frequentadores do Rio Vermelho, a requalificação do bairro ocasionou um aumento considerável do público em bares, restaurantes e apenas passeando pelo local. A orla do bairro foi reurbanizada pela prefeitura de Salvador com novas praças e áreas de lazer, passeios, iluminação em LED, paisagismo e equipamentos para a prática de esportes, a exemplo da ciclovia. 

Para o presidente da Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação, Silvio Pessoa, o Rio Vermelho sofreu uma mudança radical e já conta com aumento considerável das vendas nos estabelecimentos comerciais. "Sou morador e, principalmente, comerciante do Rio Vermelho. Este é um bairro que sempre povoou o imaginário de baianos, brasileiros e estrangeiros, que carregava essa alcunha de boêmio, gastronômico, cultural, e agora possui ainda essa face diuturna, abarcando famílias, crianças e turistas durante todo o dia", diz.

Ainda segundo o empresário - gaúcho de Vacaria, radicado há 30 anos na capital baiana -, as melhorias incrementaram o então combalido comércio local e essa grande concentração de visitantes e moradores ao longo do dia produz efeito direto na questão da segurança do lugar, com a inibição da criminalidade, tornando o bairro ainda mais aprazível, fazendo com que os índices de visitação atinjam o crescimento desejado.

"O trade turístico espera um incremento ainda maior durante a realização das Olimpíadas, a exemplo do que presenciamos durante a Copa do Mundo de 2014. Hoje, tem mais pessoas nas ruas, mais crianças andando de skate e bicicleta, esportistas, andantes porque os passeios são melhores. Durante as obras, houve alguns entraves, mas sabemos que isso faz parte do processo, e hoje percebemos um incremento em torno de 20% a 30% na frequência de bares, hotéis e restaurantes daqui", afirma.

Pulsante – Para quem tira seu sustento de forma natural, como é o caso do presidente da Colônia de Pescadores do Rio Vermelho, Marcos Souza, mais conhecido como Branco, a requalificação melhorou muito o trabalho. "Antes do projeto de requalificação, o Rio Vermelho estava completamente degradado. Por conta disso, perdeu suas características, o charme, o desejo que emanava para os turistas em visitá-lo. Hoje, temos um bairro que pulsa 24 horas, não fecha nunca", salienta.

Comércio - De acordo com o gerente do tradicional restaurante Caminho de Casa, Valmir Dias Chaves, aos poucos o bairro retoma sua glória adormecida, oferecendo novas alternativas para visitantes e moradores. "Atualmente, existe uma grande melhora no bairro. Eu vejo as pessoas falando tanto do aspecto do visual como da economia. Essa reforma está trazendo benefício não só para o local de forma estrutural, mas também para os comerciantes locais".

Essa visão é compartilhada por empreendedores de diversos segmentos, como diz Renato Diniz, 71 anos, proprietário de uma banca de revista no Largo de Santana. "Essa reforma foi muito positiva e sem dúvidas o bairro melhorou muito. O fluxo de pessoas que convivem aqui e transitam em busca de algum lazer nessa região cresceu. Esse aumento no movimento melhorou também a demanda no meu tipo de comércio, pois, apesar da crise econômica no país, depois que a obra foi inaugurada o movimento foi recuperado. Acredito que o movimento deve melhorar ainda mais. Tivemos um aumento de 25% a 30% nas vendas após a inauguração das obras no local", destaca.

Associação - A expectativa positiva dos comerciantes e a satisfação dos moradores são monitoradas de perto por entidades e associações que militam em defesa do bairro. É o caso da Associação dos Permissionários da Vila Caramuru, presidida por Mércio Alves de Jesus, há cerca de sete anos trabalhando no comércio da região. "Acompanhamos diversas demandas do bairro e posso dizer que muitos dos anseios dos moradores foram atendidos. Hoje, falando do Rio Vermelho como um todo, o que se nota é que os moradores estão utilizando efetivamente um espaço público que não era utilizado, era ocioso e mal ocupado. No Largo da Mariquita, por exemplo, você só via a área desocupada, com mendicância, tráfico e até prostituição. Hoje o cenário é outro, com crianças e idosos compartilhando o espaço".

Moradores destacam a requalificação de espaços como o Mercado do Peixe e novos equipamentos culturais, como a Casa do Rio Vermelho - Jorge Amado e Zélia Gattai, na famosa Rua Alagoinhas. Os dois espaços ajudam a tornar o bairro ainda mais atraente e efervescente. "Também temos novas praças e uma Prefeitura-Bairro. Portanto, não há do que se queixar. É preciso, por conta disso, apoiar quem teve a coragem de chegar e fazer o bem, não aqueles que, ao longo de duas décadas, nada fizeram pelo nosso bairro", relata Lauro Mata, presidente da Associação de Moradores e Amigos do Rio Vermelho (Amarv).

Classificação Indicativa: Livre

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