Coronavírus

Em grupo de WhatsApp, comerciantes de Juazeiro combinam estratégias para driblar o fechamento do comércio e coagir imprensa

Reprodução / TV São Francisco e Preto no Branco
Bnews - Divulgação Reprodução / TV São Francisco e Preto no Branco

Publicado em 30/06/2020, às 13h58   Redação BNews


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Em um grupo de WhatsApp intitulado "abertura do comércio", comerciantes de Juazeiro, no norte da Bahia, combinavam estratégias para driblar o decreto municipal que estabelece o fechamento do comércio na cidade. A informação foi revelada nesta segunda-feira (29) por reportagem do portal de notícias da região Preto no Branco, que teve acesso às mensagens.

Segundo a reportagem, o grupo possui 238 integrantes - a maioria deles, empresários locais e pessoas ligadas ao setor em Juazeiro, defensores da reabertura do comércio na cidade, e que promoveram uma carreata no município na última quinta-feira (25).

Em um comunicado, o administrador do grupo, um representante do setor industrial, segundo a publicação, propôs mais uma forma de protesto para fazer pressão em favor da reabertura das lojas.

“Prezados, Dica: Cada loja devia isolar as portas com fitas zebra preta e amarela, e abrir as portas; Não deixar ninguém dentro. Colocar os funcionários nas portas da lojas. Apagar todas as lampadas para ninguém entrar. Colocar carros de de som protestando. Chamar os blogs (Petrolina Destaque, Carlos brito, Edenevaldo Alves, Valdiney Passos (todos de Petrolina), as rádios que os lojistas têm contrato. O dronne para filmar e colocar nas redes sociais. Toda esta movimentação deve durar uma manhã. Ninguém entra na loja para fazer nada. Para isso é bom se programar para não entrar na loja. Fazer cartazes e dar para os funcionários. Quando a fiscalização vier a loja vai esta (sic) aberta sem ninguém dentro, e não pode fazer nada”, escreveu o empresário.

As mensagens mostram ainda que os comerciantes do grupo articulam também estratégias de coerção a veículos de imprensa que não apoiem a reabertura do comércio e o consequente relaxamento do isolamento social.

“Vamos também cancelar ou não renovar nenhum contrato com rádio, TV, jornal, blogs que não foram sensíveis com a salvação das empresas e empregos. Se não puder cancelar de imediato, ligue renunciando a renovação. Eu já fiz”, escreveu um integrante.

Em outra mensagem, informa o Preto no Branco, uma mulher de prenome Luciana faz mais ameaças à imprensa.

“Sendo profissional de comunicação e mkt, digo: Usem e abusem das suas redes sociais como ferramentas não só de divulgação, mas também de denúncias. Façam vídeos e depoimentos testemunhais. Deixem tudo em aberto para que possam ser compartilhados. Se possível, pague para impulsionar as suas postagens e/ou convoquem seus amigos blogueiros para que trabalhem a seu favor ou através de permutas – O escambo está mais em moda do que nunca! Todos sabemos para quais santos a maioria das rádios e blogs se ajoelham. Só que, eles são POUCOS perto dos MILHARES que somos! Todos eles estão se arrastando e sem credibilidade alguma. (Se a Globo está, imagine cá!) Se agirmos estrategicamente, essas “impressas” perdem território e pela lei natural das coisas, serão banidas do mercado, que somos NÓS!”, ameaçou a mulher.

Classificação Indicativa: Livre

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