Coronavírus

Advogado pede que CNJ apure conduta de juíza que defendeu aglomeração durante Réveillon

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Em uma publicação, juíza utilizou a hashtag #AglomeraBrasil  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Internet

Publicado em 04/01/2021, às 06h53   Redação BNews


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O advogado José Belga Assis Trad pediu que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) apure a conduta da juíza Ludmila Lins Grilo, que atua em Buritis, Minas Gerais, após ela fazer uma publicação nas redes sociais em que defendeu a aglomeração de pessoa em meio à pandemia da Covid-19.

De acordo com o pedido, ignorando os esforços do CNJ, das autoridades sanitárias e dos profissionais da saúde, a juíza passou a defender abertamente as aglomerações nas praias e festas do litoral brasileiro, principalmente durante o Réveillon.

O pedido destaca publicações feitas por Grilo no Twitter. "Uma cidade que não se entregou docilmente ao medo, histeria ou depressão", diz a magistrada em um vídeo que mostra pessoas reunidas em Búzios, no Rio de Janeiro. Em outra postagem, ela utilizou a hashtag #AglomeraBrasil.

De acordo com a peça encaminhada ao CNJ, ao se manifestar contra as recomendações das autoridades sanitárias, embora não tenha formação e não seja médica sanitarista, acaba por confundir o público em relação à opinião pessoal da magistrada e da própria magistratura.

"Mais ainda, as pessoas que nela confiam por ser uma autoridade integrante do Poder Judiciário certamente serão influenciadas por sua irresponsável e inconsequente manifestação, que, de tão absurda, pode estar a configurar crime de apologia à infração de medida sanitária preventiva", escreveu o advogado.

No documento que pede a apuração de eventual infração ético disciplinar por parte de Grilo, Trad destaca que o Código de Ética da Magistratura Nacional impõe uma série de restrições e exigências aos juízes, entre elas a de que o magistrado se comporte na vida privada de modo a dignificar a função. 

Outros processos
Ludmila Lins Grilo já foi alvo de processo no CNJ em 2020, quando um pedido de providências foi instaurado para apurar uma imagem publicada por ela no Instagram, em que a magistrada aparece acompanhada de outras mulheres, supostamente apoiando uma manifestação em favor do presidente Jair Bolsonaro. 

O caso acabou arquivado pelo ministro Humberto Martins, que entendeu não existir justa causa suficiente para a instauração de reclamação ou processo administrativo disciplinar.

A juíza mineira também foi personagem de uma reportagem publicada em março de 2020 pelo site The Intercept Brasil. "Aluna dedicada do guru Olavo de Carvalho, aquele intelectual que tem dúvidas sobre a esfericidade do planeta Terra, a juíza é figurinha carimbada nos canais de comunicação alinhados à extrema direita governista, como Terça Livre, Senso Incomum e Leda Nagle”, diz trecho da notícia. 

Em 2019, Grilo chegou a ser convidada pelo Ministério das Relações Exteriores para dar uma palestra com o tema "O ativismo judicial a serviço do globalismo".

Clique aqui e leia na íntegra o pedido feito ao CNJ.

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