Justiça

Briga entre juíza e advogado tumultua juizado no Imbuí

Reprodução/ OAB-BA
A magistrada teria acusado o defensor de ser desonesto e mau caráter  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ OAB-BA

Publicado em 07/06/2019, às 18h34   Márcia Guimarães


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Um advogado e uma juíza se envolveram em uma confusão, na quinta-feira (6), na Central dos Juizados Especiais, localizada no Imbuí. A magistrada teria acusado o defensor de ser desonesto e mau caráter, o que provocou a ira do acusado.

Um dos envolvidos é Paulo Kleber Carneiro Carvalho Filho, advogado especializado na área Criminal. Já a juíza é Isabela Kruschewsky, titular da 32ª Vara dos Juizados Especiais e da 2ª Turma Recursal da Comarca de Salvador.

Em um áudio obtido pelo BNews, ela diz que Paulo teria forjado declarações e só estaria gritando pelo fato dela ser mulher. Nesse momento, a juíza o chama de covarde. Já o advogado afirmou que a magistrada deveria provar o que estava falando e destacou que ela não julgava os processos de forma imparcial. 

“Dobre a sua língua para me chamar de desonesto! Vossa Excelência não tem imparcialidade nenhuma, julga a favor de banco e desrespeita os advogados diuturnamente. Usa a caneta para prejudicar os consumidores”, denunciou Paulo. Os gritos foram ouvidos pelos corredores e a polícia foi acionada.

Segundo o presidente da Comissão de Prerrogativas da OAB-BA, Adriano Batista, a entidade recebeu o chamado do advogado e resolveu acompanhá-lo até a delegacia. “Só iremos intervir novamente após a formalização dele na comissão. Ele deve fazer o relato e juntar provas para que a gente possa avaliar se é o caso de a OAB intervir”, destacou Batista.

Já a Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB), entidade de classe que representa os juízes e desembargadores integrantes do Poder Judiciário do Estado, divulgou o apoio à juíza Isabela Kruschewsky através de uma nota de desagravo.  A entidade citou que Paulo Kleber Carneiro Carvalho Filho teria emitido palavras ofensivas e xingamentos para intimidar a magistrada, segundo testemunhas no Fórum Regional do Imbuí. 

“Segundo explicou a magistrada, ao iniciar a suposta reunião, foi surpreendida com comportamento antiético e sem previsão legal, pois pretendia o advogado que as juízas ‘explicassem’ decisões judiciais que lhe foram desfavoráveis, conferidas em processos, nos quais foram resguardados todos os princípios processuais e constitucionais, as quais estavam devidamente fundamentadas. Ao perceber que se tratava de mero inconformismo da parte, a juíza explicou que não existia motivo para prosseguir, pois não havia previsão legal ou regimental para tal ato. O mesmo buscava, de acordo com a juíza, forjar situação que a levasse a suspeição. A magistrada, desta forma, afirmou que tal expediente não traduzia honestidade por parte do advogado”, afirmou a AMAB.

A entidade acrescenta que, inconformado com o rumo da reunião, o advogado “optou por exercer o seu inconformismo através da truculência e arbitrariedade, infringindo os limites de urbanidade e respeito, chegando a insinuar que a magistrada recebia vantagens indevidas, ante a inexistência de argumentação jurídica válida e relevante, conforme consta em áudio distribuído pelo próprio”. Diante disso, a Associação e a juíza envolvida consideraram lastimável “tamanha demonstração de falta de urbanidade contra o Poder Judiciário, em um ato que não representa a digna e honrada atividade dos advogados militantes deste Estado”.

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