Justiça

Centro Acadêmico da UFRJ vai pedir expulsão de estudante baiano condenado por pedofilia

Agência Brasil
Em reunião, maioria dos estudantes de medicina decidiu levar o pedido à Reitoria  |   Bnews - Divulgação Agência Brasil

Publicado em 22/09/2019, às 10h24   Yasmin Garrido


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O Centro Acadêmico Carlos Chagas (CACC), da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), decidiu, por maioria dos votos, pedir a expulsão do estudante baiano Diogo Nogueira Moreira Lima, condenado em 2009 por ter abusado sexualmente de pelo menos 15 jovens entre 7 e 15 anos.

“Em clima muito respeitoso e construtivo, o CACC conversou com estudantes de diferentes opiniões sobre o tema, num debate que trazia em si a gravidade da questão”, escreveu a diretoria do centro acadêmico nas redes sociais. Uma aluna de medicina, que preferiu não se identificar, afirmou ao BNews que o pedido de expulsão será encaminhado à Reitoria da UFRJ nesta semana.

Ainda segundo nota do CACC, nesta semana as turmas de medicina terão conversas com professores da instituição, os psiquiatras Sérgio Zaidhaft e Lina Rosa sobre a questão. Após as discussões, será marcada nova reunião da comunidade acadêmica para debater os resultados da medida.

Diogo Nogueira Moreira Lima estuda na UFRJ desde 2014, quando ingressou por meio de cotas no curso de medicina. Antes disso, ele teve a matrícula cancelada na Universidade Federal da Bahia (UFBA), após se ausentar da faculdade no período em que cumpriu a pena, entre 2009 e 2012, pelos crimes de pedofilia, que foram confessados por ele.

O estudante entrou na Justiça contra a negativa da UFBA de ele regressar à instituição e conseguiu a autorização judicial, em 2012, em uma ação cautelar. O pró-reitor de graduação da universidade chegou a dar, no mesmo ano, uma declaração à imprensa afirmando que o impedimento da matrícula aconteceu para evitar casos de recaída. “Não queremos punir o rapaz, mas o curso de Medicina exige contato com crianças e adolescentes”, disse à época.

A pena aplicada a Diogo foi convertida em internação em hospital de custódia, em razão de ter ficado comprovado, segundo a sentença da Justiça Federal, “um distúrbio de ordem psicológica, transtorno de preferência sexual, conhecido como pedofilia”. Mesmo assim, foi dado ao jovem o direito de reingressar à instituição.

O jovem decidiu utilizar a nota obtida no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para concorrer a uma vaga pelo Sistema de Seleção Unificado (Sisu) na UFRJ, onde foi aceito em 2014, novamente no curso de medicina. No entanto, apenas em 2019, os colegas de curso tiveram ciência da condenação do Diogo, durante um processo de fraude às cotas, o que tem causado repercussão dentro da faculdade.

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