Justiça

Audiência entre empresários e rodoviários é interrompida para avaliação de proposta de reajuste salarial

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Sessão será retomada às 11h40 desta manhã, após as partes ponderarem se acatam - ou não - sugestões apresentadas pela presidência do TRT  |   Bnews - Divulgação Reprodução/YouTube

Publicado em 29/05/2020, às 11h24   Marcos Maia


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A audiência de conciliação entre as empresas de ônibus de Salvador (Plataforma Transportes SPE S/A, CSN – Transportes Urbanos SPE S/A e Ótima Transportes de Salvador SPE S/A) e o Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários no Estado da Bahia (Sttroba) para debater o dissídio coletivo de greve da categoria foi suspensa por 30 minutos.

As atividades estão previstas para retornar às 11h40 desta sexta-feira (29). A pausa foi acordada para que as partes avaliem se aceitam ou não uma proposta de acordo sugerida pela presidência do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) durante a mediação.

Durante a condução dos debates, por videoconferência, a presidente da Corte, Dalila Nascimento Andrade, sugeriu um acordo que contemplaria um reajuste de 2,45% - correspondente ao INPC acumulado dos últimos 12 meses – aos rodoviários.

Essa porcentagem não incidiria no ticket refeição e no plano de saúde dos trabalhadores. Quanto ao vale refeição, foi proposto um reajuste de R$ 20 reais por dia de trabalho com desconto máximo de 10% do salário a título de custeio. 

Pela proposta, o benefício de vale transporte, sem desconto sob salário, seria mantido. A jornada de trabalho atual - de 42 horas semanais com intervalo de 20 minutos - também seria mantida, bem com o conquistas anteriormente realizadas. 

Anteriormente, no início do encontro, os advogados Jorge Castro e Angélica Almeida Costa, representantes dos empresários afirmaram que o patronato tem tomado sucessivos revezes econômicos graças a decisões da prefeitura – a exemplo da integração de duas horas para usuários e instituição de meia passagem aos domingos - e que a situação se agravou com os efeitos da pandemia do coronavírus. 

Eles chegaram a audiência sem uma proposta para oferecer aos rodoviários. A dupla citou a redução em 70% da jornada de trabalho e dos salários, com “apenas 30% dos funcionários trabalhando” em um cenário de "flagrante a redução de usuários" em virtude das medidas de distanciamento social para conter o vírus. 

Na ocasião, foi dito que em um contexto de redução significativa das receitas, não há possibilidade de qualquer concessão quanto a reajuste salarial.

O representante dos rodoviários, Nei Viana, por sua vez, também argumentou que a categoria passa por uma situação “penosa” no atual cenário, e lembrou do registro de mortes de rodoviários pela Covid-19. A categoria constitui a relação de profissionais que desempenham serviços essenciais. Ele citou ainda a aquisição de cinco milhões passagens de ônibus pela prefeitura, com o objetivo de que minimizar os prejuízos das empresas. 

Posteriormente, os representantes dos empresários disseram que esse investimento representaria "somente" 5% do faturamento. Viana defendeu que os trabalhadores querem recompor suas perdas salariais, e  informou ue os acordos de redução dos contratos devem permanecer até que os efeitos do novo coronavírus permaneçam nos patamares. 

Em participação durante a audiência, o presidente do sindicato, o vereador Hélio Ferreira, rebateu a informação de que apenas 30% dos funcionários estariam cumprindo jornada, e disse que 100% dos profissionais estão trabalhando em esquema de rodízio.

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