Justiça

JBS se recusa a fornecer contratos com Wassef e diz ao MPF que advogado não atuou em delação dos executivos

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A Força-Tarefa Greenfield acionou a 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília pedindo que obrigue a empresa a fornecer os dados  |   Bnews - Divulgação Reprodução/CNN

Publicado em 05/09/2020, às 12h56   Redação BNews



A JBS se recusou a fornecer cópias ao Ministério Público Federal (MPF) dos contratos firmados, bem como da comprovação de prestação de serviços,  do advogado Frederick Wassef, conhecido por seus serviços ao clã Bolsonaro. 

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) detectou que a JBS pagou R$ 9 milhões a Wassef entre 2015 e 2020, o que motivou pedido de esclarecimentos da Procuradoria-Geral da República (PGR) e da Força-Tarefa Greenfield, do MPF.

De acordo com informações do jornal O Globo, em resposta ao MPF, a JBS afirmou que Wassef atuou no "acompanhamento de procedimentos de natureza criminal", negou que ele tenha trabalhado em assuntos relacionados à delação dos executivos.

A empresa também disse que não poderia fornecer os contratos por estarem resguardados do sigilo legal na relação advogado-cliente. Por isso, a Força-Tarefa Greenfield acionou a 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília pedindo que obrigue a JBS a fornecer os dados.

O pedido foi enviado na noite da última quinta-feira (3) ao juiz federal Vallisney de Oliveira, que vai analisar o assunto. No fim do ano passado, Wassef esteve na PGR, já durante a gestão do procurador-geral da República Augusto Aras, para defender a manutenção e repactuação do acordo de delação dos executivos do grupo. 

Como ele não tinha procuração assinada pela empresa para tratar desse assunto, entretanto, a conversa foi encerrada pelos procuradores que o receberam. Investigadores suspeitam que a JBS possa ter contratado o advogado para fazer lobby em favor da empresa junto a Aras, devido à relação de Wassef com Bolsonaro.

No ofício encaminhado à Justiça Federal, a Força-Tarefa Greenfield afirma que quer saber se Wassef efetivamente prestou serviços advocatícios, se possuía procuração para representar a empresa em processos judiciais, cópias das suas petições e documentos d.

A Força-Tarefa Greenfield argumenta que a omissão de informações sobre Wassef pode provocar impactos ao acordo de leniência do grupo J&F, caso haja indícios de que a contratação do advogado envolveu condutas criminosas. 

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