Justiça

STF determina que PF ouça ex-estagiária de Lewandowski informante de blogueiro

Antônio Cruz/Agência Brasil
Ela teria passado informações ao blogueiro bolsonarista Allan dos Santos  |   Bnews - Divulgação Antônio Cruz/Agência Brasil

Publicado em 06/10/2021, às 20h41   Redação Bnews


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O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que, no âmbito do inquérito das fake news, a Polícia Federal colha o depoimento da ex-estagiária do gabinete do ministro Ricardo Lewandowski, Tatiana Garcia Bressan, apontada como informante do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos. A decisão é do Ministro Alexandre de Moraes, relator das ações oriundas do inquérito no STF. 

O jornal Folha de S.Paulo publicou mensagens, nesta quarta-feira (06), que mostram que Tatiana, que foi estagiária de Lewandowski de julho de 2017 a janeiro de 2019, trocava mensagens com Allan dos Santos e aceitou o pedido dele para ser informante no STF. As mensagens foram obtidas pela PF a partir da quebra do sigilo telefônico do blogueiro.
Ainda segundo a publicação, a estagiária foi até o blogueiro com interesse de trabalhar na equipe da deputada Bia Kicis (PSL-DF), presidente do Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Nas mensagens divulgadas pela Folha, Tatiana Bressan opinou que Lewandowski iria soltar o ex-presidente Lula, pois havia se tornado o responsável por julgar as questões relativas à execução penal do petista.

Ainda nas mensagens, a ex-estagiária também afirmou que os ministros do STF "decidem o que querem e como querem". "Algumas decisões são modificadas porque alguém importante liga para o ministro", declarou Tatiana, citando o ex-comandante do Exército Eduardo Villas Bôas. 

Ela ainda revelou que tinha um perfil falso no Twitter, no qual divulgava apoio a Jair Bolsonaro e pedia a saída do ministro Gilmar Mendes.

À colunista da Folha Mônica Bergamo, Lewandowski destacou que "é lamentável que a Suprema Corte tenha sido infiltrada por uma pessoa sem compromisso com ética pública e a democracia".

O seu gabinete, em nota à folha, afirmou que todas as decisões proferidas por ele "têm fundamentação constitucional e a eventual modificação delas ocorre por meio de recursos cabíveis, apresentados nos autos e julgados individual ou coletivamente".

A nota diz ainda que "Lewandowski atende os telefonemas institucionais, principalmente vindos de autoridades da República". "Na época mencionada, o general Villas Bôas era comandante do Exército Brasileiro."

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