Meio Ambiente

Manchas de óleo: Veja números da tragédia ambiental que atingiu 31 municípios baianos

Igor Santos/Secom
Em 22 de outubro, os primeiros 6 municípios baianos tiveram o estado de emergência reconhecido  |   Bnews - Divulgação Igor Santos/Secom

Publicado em 27/12/2019, às 17h48   Pedro Vilas Boas


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Desde o dia 3 de outubro, baianos e turistas que visitam o estado têm uma preocupação em comum: as manchas de óleo que atingiram 31 municípios baianos. A Secretaria do Meio Ambiente da Bahia (Sema) registrou a retirada de 385 toneladas de óleo pelas cidades. 

Em 22 de outubro, os primeiros 6 municípios baianos tiveram o estado de emergência reconhecido. Foram eles: Camaçari, Conde, Entre Rios, Esplanada, Jandaíra e Lauro de Freitas. Oito dias depois, também entrariam em situação de emergência Belmonte, Cairu, Camamu, Canavieiras, Igrapiúna, Ilhéus, Itacaré, Itaparica, Ituberá, Maraú, Nilo Peçanha, Taperoá (não foi atingida pelas manchas mas decretou emergência pelos impactos econômicos), Una, Uruçuca e Valença. Foram 22 municípios baianos em emergência; os últimos decretos vencem neste mês de dezembro.

Segundo a Sema, o material retirado pelos municípios foi transportado para armazenamento temporário em Simões Filho, até sua destinação final. Alguns municípios, a exemplo de Ituberá no sul do Estado, reportaram manchas de óleo (pelotas) em suas praias na última semana, com volume significativamente menor.

Capital baiana

Desde o dia 10 de outubro, quando apareceram as primeiras manchas de petróleo nas praias de Salvador, até o início de novembro, a prefeitura, por meio da Empresa de Limpeza Urbana (Limpurb), contabilizou a retirada de 135,5 toneladas do óleo só na capital baiana.

Como não foram encontradas novas manchas de óleo desde o início de novembro, a Limpurb afirmou que realizou "pente-fino" dos fragmentos que ficaram na areia, com uso de pá, peneiras manuais, trator com cessadeira e jato de pressão que misturou água e areia, uma solução caseira encontrada para a limpeza das pedras. 

Os agentes trabalharam 24h no monitoramento das praias, de São Tomé de Paripe até Ipitanga, observando a possível chegada do material, mas desde o dia 5 de novembro não chegou óleo na costa soteropolitana. 

Em Salvador, as praias atingidas foram as de Ipitanga, Praia do Flamengo, Stella Maris, Itapuã, Piatã, Patamares, Jaguaribe, Pituaçu, Corsário, Boca do Rio, Jardim de Alah, Jardim dos Namorados, Pituba, Amaralina, Ondina, Rio Vermelho e Farol da Barra. Do início do aparecimento até o momento, as mais atingidas foram Ipitanga, Stella Maris, Praia do Flamengo, Pituaçu, Corsário, Pituba e Rio Vermelho.

Comando unificado

Criado em outubro deste ano para o desenvolvimento de ações coordenadas em resposta ao avanço das manchas de óleo no litoral baiano, o Comando Unificado de Incidentes teve encerrado seu caráter de emergência no último dia 19. Porém, a Sema garantiu que as instituições representadas continuarão a se reunir de forma sistemática, subdivididas em Grupo Temáticos (GTs), para ações de pesquisa, monitoramento, e mitigação dos impactos socioambientais das manchas de óleo. 

A próxima reunião será realizada no dia 8 de janeiro, e terá como principal ponto de pauta a articulação institucional para a realização de um seminário internacional sobre as ações do pós-óleo, com data prevista para março de 2020.

A pasta afirmou que as praias baianas estão limpas e houve significativa redução do impacto de novas manchas de óleo. O escopo do trabalho do Comando Unificado foi direcionado para as ações de mitigação dos danos socioambientais. Por isso, o fim do regime de emergência do grupo.

Origem

Ainda não é conhecida a origem do vazamento das manchas de óleo encontradas no litoral nordestino. Mas ainda em outubro, a Petrobras informou que o material é proveniente de três campos da Venezuela.

"A origem do vazamento é outra coisa. A origem do vazamento a gente entende que é da costa brasileira", disse, à época, o diretor de Assuntos Corporativos da Petrobras, Eberaldo Neto.

Em novembro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), criou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a origem das manchas de óleo. O ato assinado pelo presidente atende requerimento do deputado João H. Campos (PSB-PE), que obteve o apoio de outros 267 deputados, superando o número mínimo de assinaturas exigido (171).

De acordo com o ato publicado nesta segunda-feira (18), a CPI é composta de 34 membros titulares e igual número de suplentes. 

Classificação Indicativa: Livre

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