Meio Ambiente

Junho Verde: Bahia pode economizar quase 1.400 litros de água por segundo através do reuso, diz Embasa

Divulgação/Embasa
Bnews - Divulgação Divulgação/Embasa

Publicado em 12/06/2021, às 15h32   Yasmim Barreto


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Com a crescente carência de água no mundo, estratégias sustentáveis como o reuso desse recurso podem garantir um cenário diferente para a população. Em mais uma reportagem do Junho Verde, o BNews traz informações de um estudo da Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa) que aponta que o reuso poderia economizar 1.391,2 l/s (litros por segundo) na Bahia.  

O estudo ainda aponta que essa quantidade de água dividida: 916 l/s para uso na agricultura e 475 l/s na indústria. Além disso, a empresa também ressaltou o polo industrial de Camaçari, que teria potencial misto para reuso do recurso, sendo 250 l/s (190 l/s na indústria e 42 l/s em usos agrícolas).  

Para o gerente de Tecnologia Operacional da Embasa, Júlio Mota, as estações de tratamento de esgoto (ETEs) têm potencial para atuar promovendo a reutilização da água. Ao BNews, o gestor ressaltou que as futuras estações de Iraquara, Guanambi e Luís Eduardo Magalhães que permitirão o reuso de efluentes para fins agrícolas. 

Entretanto, no caso de Luís Eduardo, a prática ainda trará outra vantagem ecológica: o efluente será usado em um projeto de irrigação de mudas para recuperação de áreas degradadas.

Vale lembrar que o uso de efluentes de estações de tratamento de esgotos (ETE) para fins não potáveis – como atividades agrícolas, industriais e urbanas e recarga de aquíferos –é uma alternativa para uma destinação sustentável, com vantagens sociais e econômicas, para o esgoto produzido no Brasil. 

Litoral Norte

Em março de 2018, a Embasa implantou um sistema piloto para reuso de efluentes na irrigação das áreas verdes do Resort Iberostar, no Litoral Norte. Com essa iniciativa, cerca de 2,5 milhões de litros de água deixaram de ser retirados dos mananciais, diariamente, para atender a essa demanda do Resort.

A Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) que a Embasa opera no Iberostar adota processos de digestão anaeróbia com lodos ativados, seguidos de floculação, decantação e filtração, removendo matéria orgânica nociva, sólidos suspensos e sedimentáveis, além de eliminar o excesso de substâncias patogênicas.

As etapas de tratamento são necessárias para garantir o padrão de qualidade ideal a ser utilizado na agricultura e irrigação. O efluente tratado, inclusive, é rico em nutrientes necessários para o desenvolvimento de plantas.

Guanambi

Irrigar o pasto para garantir a alimentação de animais em período de estiagem é uma realidade de duas propriedades localizadas no entorno da Estação de Tratamento de Esgoto de Guanambi, que utilizam o efluente produzido pelo Sistema de Esgotamento Sanitário da cidade.  

Uma parte deste volume é reutilizado pelo jovem Kadson Rodrigo Cotrim que iniciou, em sua propriedade de 25 hectares, um projeto para irrigação de pastagem e silagem. 
Conforme o produtor, foram investidos cerca de R$100 mil entre equipamentos, tubulações, Licença Ambiental e a Outorga para disposição final no solo. 

Na fase experimental, o projeto prevê a irrigação dos oito hectares por uma hora diariamente e na etapa seguinte será possível irrigar toda a área durante seis horas por dia. Além do reuso do efluente, Kadson Rodrigo também investiu na tecnologia para otimizar o aproveitamento e digitalizou todo o processo de irrigação.  

A uma pequena distância da ETE, se encontra uma outra fazenda, onde os animais já não são alimentados apenas com palma durante a estiagem. Com capacidade para uma vazão de 54 metros cúbicos por hora e com o auxílio de uma bomba com potência de 15 cavalos, que eleva água para o reservatório construído para armazenar 16 mil litros de efluente, o sistema irriga as plantações de milho e forrageira numa área total de seis hectares. 

O produtor investiu R$110 mil e dividiu o terreno em pequenos blocos de modo a garantir a rotatividade no cultivo, enquanto descansa a área preparada para a próxima plantação.  

O projeto de reuso do efluente nesta fazenda garante autonomia para seis horas durante um dia, apesar de a capacidade máxima ainda não ter sido alcançada. Mesmo assim, o resultado contabilizado pelas primeiras colheitas rendeu 32 toneladas de insumos que fortificam a ração consumida pelas vacas, bois e cavalos. Segundo o proprietário, o resultado de uma análise do solo realizada por um laboratório privado constatou que a terra de sua fazenda está naturalmente adubada indicando o percentual de 65% nos níveis de nitrogênio e fósforo.

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