Meio Ambiente

Planos de produção de combustíveis ignoram acordo climático

Geraldo Falcão / Agência Petrobras
O documento mede a lacuna entre a produção planejada de carvão, petróleo e gás pelos governos e os níveis de produção global consistentes com os objetivos do Acordo de Paris   |   Bnews - Divulgação Geraldo Falcão / Agência Petrobras

Publicado em 21/10/2021, às 21h12   Redação BNews


FacebookTwitterWhatsApp

Mesmo com o aumento das ambições climáticas dos países e dos compromissos de emissões líquidas-zero, diversos países ainda planejam produzir em 2030 mais do dobro da quantidade de combustíveis fósseis do que seria consistente com a meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C neste século. As informações são do Valor Econômico.

Segundo a reportagem, esta é a principal mensagem que consta no relatório Production Gap Report, estudo que foi feito pela primeira vez em 2019 pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) e outras entidades como o Stockholm Environment Institute (SEI) e o think tank International Institute for Sustainable Development (IISD).

Lançado nesta quinta-feira (21), o documento mede a lacuna entre a produção planejada de carvão, petróleo e gás pelos governos e os níveis de produção global consistentes com os objetivos do Acordo de Paris. 

Leia também:Distribuidores alertam sobre o risco de faltar combustível nos postos em novembro

Ainda de acord com a reportagem, os estudos citam que os os planos e as projeções de produção de combustíveis fósseis dos governos levariam a 240% mais carvão, 57% mais petróleo e 71% mais gás em 2030 do que seria consistente com o plano de limitar o aquecimento global em 1,5°C.

“Poucos governos avaliaram se sua produção planejada e projetada de combustíveis fósseis é ou não consistente com limitar o aquecimento global a 1,5ºC ou bem abaixo de 2ºC”, diz Ploy Achakulwisut, autor principal do Relatório da Lacuna de Produção e cientista do SEI.

“Já é hora de os governos reconhecerem que a produção contínua dos combustíveis fósseis está ajudando a exacerbar a crise climática. Devem tomar medidas imediatas para fechar esta lacuna”, continua Achakulwisut.

“Nas próximas duas décadas, os governos estão projetando coletivamente um aumento na produção global de petróleo e gás, e apenas uma modesta diminuição na produção de carvão”, diz o texto. “Em geral, seus planos e projeções preveem um aumento na produção de combustíveis fósseis até pelo menos 2040, criando uma lacuna de produção cada vez maior.”

O Valor Econômico cita ainda que o documento analisa os perfis de 15 países que mais produzem combustíveis fósseis, entre eles Brasil, China, Estados Unidos, Rússia, a Arábia Saudita, Indonésia, Austrália, Índia, Canadá, Emirados Árabes Unidos, África do Sul, Noruega, México, Reino Unido e Alemanha.

Desde o início da pandemia, os países colocaram mais de US$ 300 bilhões em novos recursos para atividades de exploração e produção de combustíveis fósseis. Por outro lado, um terço dos bancos multilaterais e das instituições financeiras de desenvolvimento dos países do G 20 adotaram políticas que excluem a produção de combustíveis fósseis dos financiamentos futuros.

Matérias relacionadas:

Deputados baianos gastam na pandemia combustível suficiente para 23 voltas na terra

Gasolina já é vendida a R$ 7,36 em postos pelo Brasil; preço médio chega a quase R$ 6

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp