Meio Ambiente

Projeto ambiental no sul da Bahia será apresentado na Rio+20

Publicado em 28/05/2012, às 20h22   Redação Bocão News



O projeto Barro Preto, que engloba 12 propriedades e é desenvolvido pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacoeira (Ceplac), no município de Barro Preto, no sul da Bahia, será apresentado na Conferência Mundial das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável (Rio+20).

O projeto, que aplica o conceito de conservação produtiva, se baseia na utilização do sistema cabruca, modelo único no mundo que aproveita o sombreamento natural de espécies da Mata Atlântica para o cultivo do cacau – e, assim, ajuda na conservação da mata, ao tempo em que garante a produtividade da cultura.

Hoje, produção de amêndoa de cacau no Brasil é de aproximadamente 130 mil toneladas por ano, valor bastante inferior às 400 mil toneladas no período do apogeu dos agricultores do cacau. Segundo o superintendente da Ceplac na Bahia, Juvenal Maynart, com a conservação produtiva, será possível sair das 10 arrobas médias por hectare para 60 arrobas/ha em duas safras.

O manejo consiste em correções de sombra, que podem ser feitos com a poda das árvores ou abate a ser controlado pelos órgãos ambientais. Nesse caso, a compensação prevê a reposição entre três e cinco árvores para cada uma que seja necessária retirar.

O controle será feito por meio do uso de um aparelho GPS, uma vez que todas as árvores das propriedades serão catalogadas e informadas aos órgãos oficiais de fiscalização ambiental.

Como todas as árvores são georreferenciadas, o rastreamento em tempo real garante punição para eventuais descumprimentos da lei, já que o produtor será fiel depositário da mata em sua propriedade, em troca de acesso a mecanismos de financiamentos para a nova forma de produção.  

“Ao mesmo tempo em que o fazendeiro detém ativos ambientais, que servem de garantia para os financiamentos, ele é impedido de derrubar a floresta. Pretende-se, com isso, não só conservar a mata que está de pé, como incentivar o plantio de espécies ameaçadas de extinção, como o Pau-brasil e o Jequitibá”, explica Juvenal Maynart.

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