Meio Ambiente
Publicado em 13/11/2024, às 05h30 Publicado por Vagner Ferreira
O Brasil estabeleceu novas metas climáticas na última sexta-feira (8), a fim de apresentar na 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 29), que começou nesta segunda-feira (11), em Baku, no Azerbaijão.
De acordo com informações do Correio Braziliense, as propostas para o acordo climático têm recebido uma série de críticas por parte de ambientalistas e especialistas no assunto.
Com a ausência do presidente Lula, o país está sendo representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, pela ministra do Meio Ambiente e Mudança Climática, Marina Silva, e pelo ministro dos Transportes, Renan Filho.
As definições buscam atingir o que foi negociado por quase 200 países no Acordo de Paris, como a diminuição dos gases de efeito estufa, além de manter o aquecimento médio do planeta em 1,5ºC, com previsão de entrega até fevereiro de 2025, conforme dito em reportagem.
A orientação prevê a redução das emissões de 59% a 67% até 2035, na comparação de 2005, resultando na diminuição de 850 milhões e 1,05 bilhão de toneladas de gás carbônico. A implementação deve ser feita pelo Plano Clima, porém, a proposta está ainda sendo desenvolvida pelo governo federal.
O coordenador de política internacional do Observatório do Clima, Claudio Ângelo, fez uma avaliação sobre o financiamento climático, que tem como expectativa ultrapassar US$ 100 bilhões para os países em desenvolvimento.
"É o tema mais importante. Nada acontece sem resolver a questão do financiamento. Nos países em desenvolvimento, grande parte das metas está condicionada a receber financiamento externo. E é justo que recebam, porque não foram eles os maiores causadores do problema", explicou.
"Por exemplo, sou um país da Ásia e me comprometi a cortar 35% das minhas emissões. Mas, com recursos próprios, eu só corto 5%. Se você pegar somente essas partes das metas dos países que não estão condicionadas a financiamento externo, em 2030 você não vai ter corte, vai ter aumento de 1% nas emissões", acrescentou ele.
O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, fez críticas sobre a falta de transparência do país acerca do plano de redução das emissões, do desmatamento e da expansão dos combustíveis fósseis. Para ele, os números estão desalinhados com a contribuição justa do país.
"(Os números) Estão desalinhados com a contribuição justa do Brasil para a estabilização do aquecimento global em 1,5ºC. Também estão desalinhados com os compromissos já adotados pelo governo e com a promessa do presidente da República de zerar o desmatamento no país — em conjunto, essas políticas levariam a uma emissão líquida menor que 650 milhões de toneladas em 2035", disse.
A diretora-executiva da Greenpeace Brasil também considerou a proposta como insuficiente. "Frente à magnitude dos impactos da crise climática que o país vem sofrendo em todo o seu território, esperávamos ambição, mas o percentual de redução não chega ao que o IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima, na sigla em inglês) defende como mínimo para 2035", defendeu.
Segundo ela, o país precisa assumir o compromisso com o desmatamento zero e resuzir a exploração de novas jazidas de gás e petróleo, sobretudo na Amazônia."O nosso Congresso Nacional também precisa parar de lutar contra a legislação ambiental e parar de aprovar leis que enfraqueçam o que já está sendo feito. Precisamos de ambição e ação, e não podemos mais dar passos para trás", concluiu.
A jornalista Andrea Vialli, especialista na cobertura de sustentabilidade e ESG (Environmental, Social and Governance - Governança Ambiental, Social e Corporativa), está em Baku, no Azerbaijão, para a cobertura completa e com exclusividade da COP29 para o BNews.
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