Meio Ambiente

Junho Verde: primeira granja leiteira de cabras no Brasil revela práticas autossustentáveis

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Processo produtivo da granja visa o equilíbrio com o meio ambiente  |   Bnews - Divulgação Reprodução

Publicado em 10/06/2023, às 06h00   Cadastrado por Victória Valentina


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A Capriana se tornou a primeira granja leiteira de cabras do Brasil, e sua história surpreende. A empresa foi criada em meio à Mata Atlântica, na Região Serrana do Rio de Janeiro, sem a necessidade de desmatamentos.

Os responsáveis fizeram um trabalho intenso de busca por uma propriedade rural que fosse apta para a colheita mecanizada de forrageiras, e não necessitasse da retirada da vegetação nativa.

“Passamos muito tempo procurando um local adequado, que permitisse a utilização de maquinários agrícolas sem desmatamento. Essa é a nossa principal premissa: conviver harmonicamente com a natureza”, afirma Javier Maciel, engenheiro argentino e fundador da empresa, lembrando que hoje a Capriana vem realizando atuando, inclusive, para regenerar a vegetação nativa.

A empresa, fundada em 2015, opera dentro de um processo produtivo que visa o equilíbrio com o meio ambiente. De acordo com o fundador, todos os processos da granja, desde o ecossistema ao cuidado com os animais e com a produção de leite e derivado, funcionam de forma circular.

Javier Maciuel explicou que a Capriana usa a tecnologia e a biotecnologia de forma racional, "otimizando o aproveitamento de recursos e promovendo a autossuficiência para gerar um impacto positivo em tudo que nos rodeia."

A produção e a integralização dos processos produtivos da granja foi verticalizada, fazendo com que todos os resíduos sólidos orgânicos (350 toneladas anualmente) são destinados para processo de compostagem e resultam em húmus, utilizado como fertilizante. O húmus obtido da produção do leite de cabra fornece nutrientes para as plantas, regula as populações de micro-organismos e torna os solos férteis.

A granja também faz reuso das águas, através do manejo do resíduo orgânico líquido, oriundo dos processos de fabricação de derivados lácteos. Por ano, são reutilizados 1,4 milhão de litros de água nesse processo.

Para o empreendedor, a principal vantagem de reaproveitar os resíduos sólidos e líquidos está no descolamento do mercado volátil de fertilizantes, produto cuja importação é amparada pelo dólar. “Com a nossa estratégia, além de contarmos com um fertilizante orgânico de qualidade, ficamos imunes a isso quando o assunto é tornar a terra fértil”, esclarece Maciel.

Outra grande preocupação da empresa é reduzir a dependência de combustíveis fósseis (diesel), criando um processo no qual a cabra segue para o campo para se alimentar, em vez de um trator levar a comida do campo para o cocho. “Este é um projeto que deve ser colocado em prática em breve”, afirma o empreendedor.

Maciel reforça que o cuidado com a sustentabilidade não significa apenas considerar o meio ambiente, mas também se preocupar com o bem-estar dos colaboradores, oferecendo capacitação e treinamento, bem como condições dignas para o trabalho.

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