Meio Ambiente

Levantamento sobre desmatamento na Amazônia durante governo Bolsonaro traz resultado impressionante; veja

Valter Campanato/Agência Brasil
Instituto que fez levantamento levou em conta, na Amazônia, as áreas federais, entre outros territórios  |   Bnews - Divulgação Valter Campanato/Agência Brasil

Publicado em 27/01/2023, às 07h58   Cadastrado por Yuri Abreu


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Um levantamento sobre o desmatamento na Amazônia, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), revelou um resultado impressionante, em 2022. O estudo, realizado por instituto da região, levou em conta as áreas federais, os territórios de tutela dos estados e sem jurisdição.

Juntos, conforme este levantamento, essas áreas responderam por 20% do desmatamento na Amazônia no ano passado. O cenário indica uma ausência de fiscalização e controle. 

Segundo o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), 80% de todo o desmatamento da Amazônia ocorreu em terras federais em 2022: Ao todo, foram 8.443 km², o que equivale a 5,5 vezes a área da cidade de São Paulo. O estudo utiliza satélites para detectar áreas desmatadas.

A entidade apresenta os dados a partir de 2012, durante o governo Dilma Rousseff (PT). Os números apontam que o desmatamento explodiu no governo Bolsonaro. Na comparação entre 2013 e 2022, por exemplo, aumentou em quase 10 vezes a área destruída em terras federais.

De acordo com o estudo, são consideradas terras públicas da União as áreas remanescentes de sesmarias não colonizadas e transferidas ao governo em 1891. Além disso, há também as terras devolutas, que foram cedidas para uso particular, mas não foram usadas como se deveria e voltaram para o governo federal.

De acordo com pesquisadores do instituto, a alta de ataques às áreas de tutela do governo federal começou a ser percebida com grande velocidade a partir de 2018, último ano da gestão de Michel Temer (MDB). No mesmo período, não foram demarcadas terras indígenas e nem criadas áreas de proteção.

Recordes

Em 2022, o Imazon apontou o quinto recorde anual consecutivo no desmatamento: foram 10,5 mil km², a maior destruição em 15 anos — desde quando o instituto começou a monitorar a região, em 2008. "Isso equivale à derrubada de quase 3 mil campos de futebol por dia de floresta."

Nos quatro anos da gestão Bolsonaro, o desmatamento bateu 35,1 mil km², área superior ao tamanho do estado de Alagoas, por exemplo, que tem 27 mil km².

Também no ano passado, as queimadas na Amazônia atingiram patamares inéditos e fizeram o bioma ter recorde de focos de calor, conforme dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

De acordo com especialistas, o fogo recorde teve a ver com a seca enfrentada pelo bioma, mas também houve um aumento da ação humana no fim do governo Bolsonaro, antes que a fiscalização ambiental na Amazônia seja retomada no novo governo.

Nos últimos anos, o Brasil também foi o destaque negativo quando o assunto foi destruição de vegetação nativa da Amazônia, respondendo por 80% do desmatamento de todo o bioma na América do Sul — apesar do país ter apenas 62% da área.

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