Meio Ambiente

MG tem 39 barragens em nível de perigo três anos após Brumadinho

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O rompimento da barragem em Brumadinho em janeiro de 2019 deixou 270 mortos — seis destes desaparecidos até hoje  |   Bnews - Divulgação Reprodução/PR

Publicado em 02/01/2022, às 12h49   Redação BNews


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Quase três anos após o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais tem 39 barragens de rejeitos a montante classificadas em nível de emergência — três das quais no maior patamar de risco.

É o que revela um levantamento produzido pelo jornal O Globo, e publicado neste domingo (2). Segundo a publicação, o Brasil soma 65 barragens desta natureza - a maior quantidade delas, 46, no Estado de Minas.

O rompimento da barragem em Brumadinho em janeiro de 2019 deixou 270 mortos — seis destes desaparecidos até hoje. O excesso de chuvas nos últimos dias aumentou a preocupação com o rompimento de barragens já classificadas em nível de emergência, por conta dos efeitos da água no solo.

No mês seguinte à tragédia de Brumadinho, Minas instituiu a política estadual de segurança de barragens, que determinou prazo máximo de três anos para descaracterização das estruturas a montante.

A meta, contudo, não vai sair do papel. Segundo a Agência Nacional de Mineração (ANM), 14 barragens deste tipo no estado não tinham sequer projeto técnico concluído até o início deste mês — 11 da Vale, duas da Mineração Morro do Ipê e uma da ArcelorMittal Brasil.

Os municípios de Minas Gerais com maior número de barragens em situação de emergência são Nova Lima e Ouro Preto - com nove e oito, respectivamente.

Os dois têm estrutura de alto risco, assim como Barão de Cocais, que tem três barragens em situação de emergência. A Vale afirma que a situação em todas elas está sob controle. E ergueu muros de contenção.

O mais alto deles, de 95 metros de altura, fica entre Ouro Preto e Itabirito e serve para segurar rejeitos na Mina Fábrica.

"Chegou-se à conclusão que esse prazo era inexequível, não era possível de implementar", diz o procurador Carlos Bruno Ferreira da Silva, do Ministério Público Federal.

O alteamento a montante foi o modelo usado nas barragens do Fundação, em Mariana, que desmoronou em 2015, e do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Os rejeitos vão sendo depositados em camadas, uma em cima da outra.

Até agora, a Vale eliminou sete das 30 barragens deste tipo de seu portfólio. A previsão é que nenhuma das restantes permaneça em situação crítica de segurança até 2025. No ano, segundo a empresa, o padrão internacional de gestão de rejeitos será alcançado.

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