Meio Ambiente
Em meio ao debate sobre desafetação e leilão de áreas verdes em Salvador — a exemplo do Morro Ipiranga, na Barra —, a cidade aparece na segunda posição entre as capitais com pior índice de vias com arborização (existência de árvores). Os dados integram a pesquisa sobre Características Urbanísticas do Entorno dos Domicílios, que faz parte do Censo Demográfico 2022 elaborado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O BNews teve acesso ao levantamento que aponta que cerca de 63,5% dos soteropolitanos (aproximadamente 1,5 milhão de habitantes em números absolutos) residem em ruas sem árvores. Inclusive, essa não é a primeira vez que a capital baiana chama atenção negativamente por conta de áreas verdes.
Em agosto de 2024, o BNews já havia noticiado que Salvador possui áreas florestadas abaixo da média, de acordo com dados do “Mapa da Desigualdade entre as Capitais”.
O IBGE usa o termo “concentração urbana” para definir as áreas das cidades com maior densidade populacional. Além disso, o Instituto considera “área arborizada” quando há árvores acima 1,7 metros de altura presentes em um local de uso comum ou em anexo externo a domicílios e condomínios. O levantamento aponta que, no geral, as metrópoles se revelaram menos arborizadas quando se leva em conta a quantidade de moradores em vias com uma árvore ou mais.
A arborização urbana é essencial para a qualidade de vida nas cidades, contribuindo, inclusive, para o bem-estar dos habitantes e oferecendo diversos benefícios ambientais, sociais e econômicos. Dentre os pontos positivos destacados pela pesquisa do IBGE, está a redução da temperatura, definida pelo Instituto como “uma consequência importante da arborização das cidades, diminuindo a incidência de ilhas de calor ao longo do tecido urbano”.
As áreas verdes proporcionam espaços de lazer e recreação, promovendo a saúde mental e física dos moradores. Ao integrar os resultados da pesquisa urbanística com práticas de arborização, os municípios podem criar ambientes urbanos mais sustentáveis e agradáveis, melhorando a qualidade de vida de seus habitantes”, afirma um trecho da pesquisa.
Contudo, apesar de ser uma das piores capitais, Salvador não é a pior cidade baiana na lista. O município de Alagoinhas, no Nordeste da Bahia, aparece como a quarta pior cidade brasileira no índice. Com apenas, 27,1% da população residindo em vias arborizadas, o município é o pior da Bahia — e do Nordeste — no quesito.
Confira o ranking das cidades com maior e menor percentuais de domicílios em ruas arborizadas:
Mais da metade dos baianos vive em ruas sem árvores
Os dados da pesquisa apontam que, no Brasil, existem mais de 58,7 milhões (ou 33,7%) de moradores vivendo em vias sem arborização. No raio-X da Bahia, no entanto, esse número é bem maior. Quase metade da população baiana mora em regiões sem sequer uma árvore na rua. Das localidades baianas mapeadas pelo IBGE:
Confira a estratificação dos estados com ruas arborizadas:
O que dizem as prefeituras
O BNews procurou a prefeitura de Salvador e de Alagoinhas para questionar os índices de arborização nas cidades. No entanto, apenas a gestão municipal da capital baiana respondeu. Por meio de nota, a prefeitura de Salvador informou que, nos últimos 12 anos, foram plantadas mais de 130 mil árvores.
Além disso, a gestão municipal destacou à reportagem que promoveu uma série de iniciativas, como a implantação do Centro de Interpretação da Mata Atlântica e do Horto de Restinga, além da implantação ou recuperação de diversos parques, como o Jardim Botânico e o Parque da Pedra de Xangô.
No ano passado, a Prefeitura iniciou o primeiro Corredor Verde da cidade, entre a avenida Vasco da Gama e o Itaigara, com o plantio de espécies de Mata Atlântica. Está previsto a implantação de mais oito corredores verdes em Salvador até 2028. Além disso, a gestão municipal prevê o plantio de mais 100 mil árvores até 2028”, informou a gestão municipal ao BNews.
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