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Israel e Hamas criticam discurso de Obama

Imagem Israel e Hamas criticam discurso de Obama
Segundo analistas, as declarações marcam uma mudança na política dos Estados Unidos  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 20/05/2011, às 06h12   Redação Bocão News e Agências



Tanto Israel quanto o grupo radical islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza, criticaram o discurso proferido nesta quinta-feira (19) pelo presidente dos EUA, Barack Obama, que pediu que um Estado palestino seja criado segundo as fronteiras estabelecidas antes de 1967.

“As fronteiras entre Israel e Palestina devem ser baseadas no traçado de 1967, com trocas acordadas mutuamente, para que fronteiras seguras e reconhecidas sejam estabelecidas para ambos os lados”, disse Obama.

Segundo analistas, as declarações marcam uma mudança na política dos Estados Unidos, que até então costumavam afirmar apenas que “os palestinos desejam” um Estado com as fronteiras de 1967, e agora parecem manifestar apoio a essa reivindicação palestina.

O gabinete do premiê israelense, Binyamin Netanyahu – que se encontrará com Obama nesta sexta-feira -, soltou comunicado com duras críticas ao discurso, dizendo que o recuo de suas fronteiras é “indefensável”.

“O premiê Netanyahu espera ouvir a reafirmação, por parte do presidente Obama, dos compromissos feitos pelos EUA com Israel em 2004, que foram fortemente apoiados pelas duas casas do Congresso (americano)”, dizia o texto. “Esses compromissos se referem a Israel não ter que se retrair às divisas de 1967, que são indefensáveis e que deixariam grandes populações israelenses na Judeia e na Samária além dessas divisas.”

Assentamentos - A Guerra dos Seis Dias, em 1967, levou Israel a anexar a seu território a Cisjordânia e Jerusalém Oriental, que pertenciam à Jordânia, além da Faixa de Gaza e da Península do Sinai (sob controle do Egito) e das Colinas de Golã (da Síria).
Atualmente, calcula-se que 300 mil israelenses vivam em assentamentos judaicos na Cisjordânia, além das fronteiras de 1967.
As colônias israelenses são consideradas ilegais sob a lei internacional, mas Israel discorda dessa avaliação.

Em seu comunicado, Netanyahu disse também que apreciava o “comprometimento de Obama com a paz”, mas, para que essa paz ocorra, “a viabilidade do Estado palestino não deve ocorrer às custas da viabilidade do Estado judeu”.

No caso do Hamas, Obama disse em seu discurso que Israel não vai “avançar” nas negociações a não ser que o país sinta que está seguro contra os ataques vindos da Faixa de Gaza - perpetrados pelo Hamas ou por outras milícias islâmicas - e do Hezbollah, no Líbano.

Obama também advertiu os palestinos contra tentar obter o reconhecimento de seu Estado na ONU, em vez de por meio das negociações de paz.

Em resposta à fala do americano, um membro sênior do grupo islâmico, Mohamed Awad, disse à BBC Árabe que “Obama não mencionou os mais de 63 anos de sofrimento do povo palestino, nem disse que o processo de paz chegou a um impasse.

Também não falou nada sobre a renúncia (do enviado especial dos EUA ao Oriente Médio, George) Mitchell, como se quisesse se esconder por trás de palavras diplomáticas, o que não é a solução para o caso”. Segundo Awad, Obama “tentou agradar a todos, mas não agradou ao povo palestino”.

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