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Líbia encontra mais de cem corpos de migrantes no Mediterrâneo

Publicado em 03/06/2016, às 12h01   Folhapress


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A Marinha da Líbia disse ter encontrado mais de cem corpos perto da costa do país, possivelmente de migrantes que tentavam chegar à Europa.
Segundo o coronel Ayoub Gassim, um barco vazio foi encontrado à deriva no mar na quinta (2), provavelmente após seus passageiros terem sido jogados para fora pelas ondas. Caso seja a embarcação utilizada pelos migrantes encontrados no mar, o número de mortos deve aumentar, já que barcos do tipo costumam levar no mínimo 125 pessoas.
Gassim culpou a Europa pela tragédia e disse que o continente não está fazendo nada além de contar mortos. Segundo as Nações Unidas, ao menos 2.510 pessoas morreram ou desapareceram após tentar a travessia pelo Mediterrâneo até a Europa somente neste ano.
Também a 140 quilômetros da ilha grega de Creta, quatro corpos foram encontrados perto de um navio semi-submerso do qual 340 pessoas foram resgatadas. Segundo o porta-voz da Guarda Costeira da Grécia, Nikos Lagadianos, alguns sobreviventes dizem que havia cerca de 500 pessoas no barco. 
ANISTIA CRITICA ACORDO UE-TURQUIA
Desde que a União Europeia selou um acordo com a Turquia para a devolução de migrantes que chegam ao continente pelo mar Egeu, atravessadores vêm utilizando rotas mais arriscadas, como do norte da África até a Itália. 
Segundo o pacto, todos os que chegaram a ilhas gregas depois do dia 20 de março serão levados de volta a Turquia a menos que consigam asilo na Grécia, país que poucos migrantes desejam permanecer. Para cada pessoa devolvida, a UE receberá um refugiado sírio alocado em acampamentos turcos. Além disso, o governo de Ancara receberá um auxílio financeiro de 6 bilhões de euros e terá as negociações para sua entrada na UE aceleradas. 
Nesta sexta (3), a Anistia Internacional publicou um relatório em que critica a medida. Segundo a organização, solicitantes de asilo não tem proteção efetiva na Turquia, e a UE, na ânsia de conter a onda de refugiados ao continente europeu, vem fazendo vista grossa à real situação dos migrantes em território turco. 
Segundo a Anistia, muitos dos refugiados que estão na Turquia não ganham assistência do governo, e alguns estão vivendo nas ruas.

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