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Sob custódia, Sarkozy depõe sobre campanha

AFP
O ex-presidente francês foi questionado sobre suposto financiamento da Líbia em 2007  |   Bnews - Divulgação AFP

Publicado em 20/03/2018, às 07h46   Folhapress



O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, 63, foi detido pela polícia na terça-feira (20) para interrogatório. As autoridades investigam a denúncia de que sua vitoriosa campanha eleitoral de 2007 foi financiada pela Líbia -- à época, governada pelo ditador Muammar Gaddafi, morto nos protestos violentos de 2011.

Essa investigação está aberta desde 2013, no rastro das informações publicadas um ano antes pelo site Mediapart, que trazia um documento líbio apontando o financiamento ilegal. É a primeira vez que o ex-presidente conservador depõe sobre o caso, no entanto, e a história tem o potencial de ser um dos grandes escândalos políticos franceses destas décadas.

Sarkozy, que foi presidente de 2007 a 2012, diz que a denúncia é “grotesca”. Um de seus aliados próximos, Brice Hortefeux, um ex-ministro do Interior, também foi interrogado durante a terça-feira.Há outras denúncias de financiamento ilegal de Sarkozy, desta vez em relação a 2012, quando foi derrotado pelo socialista François Hollande. A acumulação de denúncias é uma das razões pelas quais Sarkozy não passou pelas primárias de seu partido, os Republicanos, para disputar o pleito de 2017.

Em novembro de 2016, durante aquelas primárias, surgiu uma das denúncias mais graves neste caso, com o depoimento do intermediário Ziad Takieddine -- que afirmou ter transportado o equivalente a R$ 20 milhões em espécie de Trípoli, na Líbia, a Paris.

Segundo o jornal francês Le Monde, o ex-presidente está nas dependências da polícia judiciária em Nanterre, no oeste de Paris. Ele pode ser mantido por dois dias para o interrogatório. É possível que ele precise depôr a um juiz.

O diário sugere que a detenção desta terça-feira pode ser um indício de que a Justiça francesa tem novas provas sobre o caso, somadas às centenas de documentos e depoimentos.

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