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Confrontos após protestos na faixa de Gaza deixam ao menos sete mortos

Mohammed Abed/AFP
Ministério da Saúde palestino afirmou que há também pessoas feridas tanto com balas de borracha  |   Bnews - Divulgação Mohammed Abed/AFP

Publicado em 30/03/2018, às 11h59   Folhapress



Confrontos violentos entre a polícia e manifestantes ocorridos durante um protesto na fronteira entre a faixa de Gaza e Israel nesta sexta-feira (30) deixou ao menos sete pessoas mortas e cerca de 500 feridas, disseram autoridades palestinas. Milhares de palestinos participaram dos protestos apoiados pelo grupo islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza, e que inicialmente seriam pacíficos. 


O Exército israelense disse que os manifestantes queimaram pneus e jogaram pedras nos soldados e na cerca que demarca a fronteira e que foi obrigado a responder com violência. "Qualquer violação da soberania de Israel ou danos à cerca de segurança são de grande severidade", disse um porta-voz dos militares. 


Por isso, Israel disse que autorizou os soldados a lançarem bombas de gás lacrimogêneo e a abrirem fogo contra os palestinos.
O Ministério da Saúde palestino afirmou que há pessoas feridas tanto com balas de borracha quanto com armamento tradicional.

Um dos mortos foi o fazendeiro palestino Amr Samour, 27, que foi atingido por tiros disparados de um tanque pouco antes do início dos atos. A identidade das outras vítimas ainda não foram divulgadas, mas autoridades palestinas disseram que entre os mortos há uma adolescente de 16 anos. Testemunhas disseram à agência de notícias Associated Press que centenas de palestinos participaram do confronto na fronteira, enquanto milhares de pessoas que estavam nos protestos ficaram a distância em cinco grandes tendas que foram montadas para receber os manifestantes.  
Ainda não há uma estimativa de quantas pessoas participaram das manifestações, mas Israel afirmou que há cerca de 17 mil palestinos participando de ações na fronteira. A possibilidade de confrontos violentos já tinha feito o Exército israelense convocar reforço na segurança da fronteira. 


Os protestos desta sexta, chamados de a Grande Marcha da Volta pelos organizadores e de Marcha dos Cem Mil pelo Hamas, faz parte de uma série de manifestações programadas pelos palestinos para lembrar dos 70 anos de criação de Israel, em 14 de maio. 
Para os palestinos, a data marca a "Nakba" ("Tragédia"), quando cerca de 700 mil árabes fugiram ou foram expulsos em meio à guerra que se seguiu à criação do país. 


A faixa de Gaza é controlada desde 2007 pelo Hamas, grupo rival da Autoridade Nacional Palestina -que comanda a Cisjordânia-, considerado uma organização terrorista pelos governos de Israel e Estados Unidos.

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