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"É importante aumentar a diversidade", diz primeira negra a subir no pódio da F-1

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A integrante da Mercedes tem formação em Engenharia Química pela Universidade de Bradford, na Inglaterra  |   Bnews - Divulgação Divulgação

Publicado em 24/07/2020, às 17h39   Redação BNews



Após 70 anos de história, a Fórmula 1 teve pela primeira vez uma mulher africana e negra em uma cerimônia de premiação de uma corrida. A engenheira de combustíveis Stephanie Travers, da Mercedes, representou a Mercedes na festa depois do GP da Estíria, na Áustria, no último dia 12, quando Lewis Hamilton conquistou a primeira vitória na temporada. A engenheira foi indicada pelo hexacampeão como um símbolo da luta por diversidade.

Stephanie tem 26 anos e nasceu no Zimbábue. É engenheira de combustíveis da Petronas, fornecedora da Mercedes desde o ano passado. A integrante da Mercedes tem formação em Engenharia Química pela Universidade de Bradford, na Inglaterra, e é pós-graduação no Imperial College, em Londres. "Na minha casa sempre foi um programa familiar acompanhar a Fórmula 1 aos domingos. Era um sonho meu trabalhar nesse meio", contou ela em entrevista exclusiva ao Estadão. 

Por videoconferência, ela disse que para assumir o posto, precisou enfrentar uma grande concorrência em um processo seletivo de mais de 7 mil inscritos.

Hamilton usou suas redes sociais para elogiar a colega de equipe. "Eu só queria reconhecê-la por seu trabalho duro, positividade e paixão pelo que faz", escreveu. 

"É muito importante aumentar a diversidade. Eu sempre trabalhei em um meio dominado pelos homens. Acho que quando as mulheres me veem pela televisão, podem acompanhar o meu trabalho e se motivar para buscar o seu espaço também", afirmou Stephanie. 

Segundo reportagem do Estadão, as atribuições dela durante as corridas começam bem antes dos carros irem para a pista.  Stephanie chega aos autódromos três dias antes dos treinos. No laboratório, sua equipe analisa amostras de combustível e lubrificantes para saber se atendem aos requisitos técnicos.

A Mercedes costuma revezar na escolha de qual integrante recebe o troféu de vencedor após as provas. Mas a engenheira não tinha sequer expectativa. "Eu estava comemorando a vitória quando me avisaram que iria para o pódio. Fiquei chocada! Eu não sabia o que fazer nem tive tempo de avisar minha família e amigos que participaria na cerimônia. Foi um sonho representar o time. Foi uma grande conquista", comentou.

Em 70 anos de Fórmula 1, somente nove mulheres participaram da cerimônia no pódio. "É um sentimento incrível saber que posso inspirar outras mulheres pelo mundo. Elas podem assim saber que existe uma possibilidade de realizar os seus sonhos. Espero continuar sendo um incentivo", disse.

Para quem sonha em seguir os passos de Stephanie e ingressar na área técnica da Fórmula 1, a engenheira recomenda ter persistência e confiança nas próprias aptidões. "Você tem de seguir os seus sonhos e confiar no que gosta de fazer. É importante estudar muito, mas também saber se divertir na hora certa. Não importa a situação em que estiver, se a sua preparação for boa, terá orgulho de si mesma, não importa qual resultado tiver", explicou ao Estadão.

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