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EUA adotam medida sobre texto do Brasil que incluía cessar-fogo em Gaza

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EUA tenham o poder de veto sobre propostas em votação, eles serão obrigados a justificar o veto  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Pixabay

Publicado em 18/10/2023, às 14h04   Cadastrado por Mariana De Siervi


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Os Estados Unidos se opuseram à proposta do texto brasileira no Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) em relação à guerra entre Hamas e Israel, nesta quarta-feira (18). 

Na posição atual de presidente rotativo do Conselho de Segurança, o Brasil elaborou uma resolução, que seria a primeira declaração oficial do órgão diante do novo conflito no Oriente Médio.

Doze países, entre eles a China, votaram a favor do texto brasileiro. Foram eles:

  • Brasil;
  • China;
  • França
  • Albânia;
  • Equador;
  • Gabão;
  • Gana;
  • Japão;
  • Malta;
  • Moçambique;
  • Suíça e
  • Emirados Árabes Unidos

 No entanto, os EUA votaram contra a proposta. Devido ao seu poder de veto, o texto foi rejeitado completamente. Agora, uma nova versão será escrita, mas ainda não há um prazo definido, segundo informações do Itamaraty.

Rússia e Reino Unido optaram pela abstenção, enquanto apenas os Estados Unidos votaram contra. O texto brasileiro manifestava sua reprovação aos ataques terroristas promovidos pelo Hamas e instava Israel a encerrar o bloqueio da Faixa de Gaza, mesmo sem citar o nome do país. 

O embaixador do Brasil na ONU, Sérgio Danese, expressou sua crítica ao veto dos EUA, uma vez que, nos últimos dias, o Itamaraty vinha tentando persuadir Washington a apoiar o seu texto, e disse estar "profundamente triste e decepcionado".

Após a votação, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Linda Thomas-Greenfield, argumentou que seu país ficou "desapontado" pelo fato de o texto não mencionar o direito de autodefesa de Israel.

Apesar de ter havido votos favoráveis da maioria dos países, a proposta do Brasil acabou sendo rejeitada devido à posição dos Estados Unidos, que são um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, juntamente com China, Reino Unido, França e Rússia. 

Esses cinco países possuem o poder de veto absoluto sobre qualquer proposta. A rejeição dos EUA também ocorreu após a Rússia apresentar modificações para o texto brasileiro. O embaixador russo na ONU exigiu a inclusão de um pedido de cessar-fogo imediato, e Washington é contrário a essa medida. 

No entanto, a proposta russa, que seria uma alternativa à proposta brasileira, foi vetada logo no início da semana. A votação do texto elaborado pelo Brasil foi adiada duas vezes. Na primeira vez, na segunda-feira (16), os países solicitaram mais tempo para chegar a um consenso. O Itamaraty chegou a buscar apoio dos embaixadores de outros países.

A votação foi, então, reagendada para terça-feira (17). No entanto, devido ao ataque a um hospital em Gaza, que resultou em quase 500 mortes, o conselho teve que adiá-la novamente.

JUSTIFICATIVA SOBRE VETO

Embora os Estados Unidos tenham o poder de veto sobre propostas em votação no Conselho de Segurança da ONU, eles serão obrigados a justificar o veto. Isso marcará a primeira vez que os EUA terão que fazer essa justificativa, uma medida adotada no início da Guerra na Ucrânia, em fevereiro de 2022. Naquela ocasião, a Assembleia Geral do conselho aprovou uma medida exigindo que os membros permanentes justificassem quaisquer votos contrários a uma resolução.

Durante a sessão de justificação, agendada para ocorrer dentro de até dez dias, os Estados Unidos serão obrigados a responder aos questionamentos de países , esperando-se que os representantes do Oriente Médio apresentem questionamentos intensos. 

A Palestina, como membro observador do conselho, também terá a oportunidade de questionar os Estados Unidos. Até este momento, somente a China e a Rússia haviam justificado seus vetos.

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